Pautas invertidas.

O Congresso, apesar de ainda não ter votado o orçamento de 2025, não ter iniciado as discussões sobre a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e ignorar a revisão do regime 6×1 dos trabalhadores, assiste à oposição anunciar um bloqueio ao funcionamento da Casa. Para eles, a prioridade não é resolver questões essenciais para o país, mas votar a anistia para os golpistas.

Essa tentativa, no entanto, não deve prosperar. Sem orçamento aprovado, não há liberação de emendas para deputados e senadores, o que torna o impasse insustentável. Além disso, os conservadores precisam virar a página do bolsonarismo e lançar um novo nome com tempo suficiente para consolidá-lo.

Mas, nos bastidores, tudo não passa de encenação. Enquanto a ala extremista insiste no sonho impossível da anistia, a maioria finge aceitar a pauta apenas para herdar parte do butim eleitoral acumulado por Bolsonaro.

A realidade é que não há apoio suficiente para a anistia — nem no Congresso, nem fora dele, nem em lugar algum. Trata-se de um jogo dos extremistas para manter sua base mobilizada e aumentar seu poder de barganha na disputa interna pela liderança da direita.

Além disso, já está bastante consolidado o entendimento de que o Congresso não é instância revisora de decisões judiciais. Qualquer iniciativa de anistia a criminosos, além de ser uma afronta à Justiça, é inconstitucional. E todos lá sabem disso muito bem.

Ainda assim, insistem na proposta pelos motivos já expostos.

Outro ponto que merece atenção é o papel atual dos presidentes das Casas Legislativas. A impressão que tentam passar é a de que suas posições estão revestidas de grande poder e responsabilidade. No entanto, cada vez mais, parecem apenas líderes sindicais, movendo-se na defesa de interesses paroquiais, sem margem de manobra e reféns de maiorias furiosas ocasionais. Sobrevivem conforme os ventos políticos do momento, sem iniciativas ou liderança capaz de pautar discussões relevantes.

Retomar o foco das discussões para o interesse do país e do seu povo é a única urgência que o Congresso não pode negligenciar.

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