
Não entender a tentativa de assalto ao poder por grupos derrotados na disputa democrática como uma busca desesperada por mais privilégios e pelo controle da distribuição da riqueza é ignorar a essência do que está acontecendo.
A primeira medida de Temer, assim que Dilma foi derrubada, foi extinguir o orçamento soberano financiado pelos lucros do pré-sal. Com isso, legitimou-se para seguir sem fazer nada de relevante, ao mesmo tempo em que iniciava um período de destruição e abandono que perdurou até o fim do governo Bolsonaro.
Bolsonaro, por sua vez, acabou contido pela pandemia e não conseguiu implementar tudo o que pretendia em termos de desmonte do Estado e falsas transformações — mudanças que, na realidade, provocariam retrocessos institucionais e até civilizatórios.
O mesmo padrão se repete nos Estados Unidos e na Argentina: quando um grupo de ricos assume o poder sem ter nada a oferecer além da autopreservação e do favorecimento aos seus, a consequência é o colapso econômico e social. E, quando perdem o controle, saem correndo.
Na Argentina, por exemplo, há notícias sobre crescimento econômico e certa estabilidade inflacionária. Mas a que custo? Bilhões em empréstimos do FMI e dívidas futuras que apenas prolongam a agonia da população, impondo compromissos severos e, mantidas as condições atuais, impagáveis. A pergunta que se impõe é: crescimento e estabilidade para quem? Certamente não para os desempregados e famintos.
Nos Estados Unidos, Trump segue uma lógica semelhante. Suas “ideias transformadoras” não têm origem clara, mas têm um propósito definido: criar choques e sofrimentos inúteis, enquanto finge implementar mudanças significativas.
Comparo o governo Macri na Argentina ao de Trump nos EUA, pois ambos foram administrados por plutocratas sem experiência real em políticas públicas. São gestores de negócios bilionários que usam o aparato estatal apenas para legitimar escolhas voltadas aos interesses de seus grupos, sem qualquer compromisso com políticas eficazes ou benéficas para a sociedade. O que fazem é destruir e vender, ao mesmo tempo em que tentam convencer a população de que estão promovendo progresso.
O saldo dessa destruição é sempre o mesmo: escombros, derrotas, humilhação e fome. Por isso, acabam derrotados. Mas sempre retornam, porque reconstruir um país é uma tarefa árdua, demorada e, por vezes, frustrante. Esse cenário de desgaste abre espaço para os mesmos grupos voltarem ao jogo com novas promessas vazias, apenas para repetir o ciclo de destruição.
O verdadeiro objetivo desse projeto é empobrecer a maioria, enquanto enriquecem cada vez mais. E, ironicamente, utilizam o próprio Estado como ferramenta para sua destruição.
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