
E não se trata de Bolsonaro—como disse o ex-chanceler, ele virou um personagem menor—, mas sim do julgamento dos generais golpistas. Esse, sim, é um fato relevante e, talvez, decisivo para o futuro da nossa história.
O que vimos recentemente foram militares e outros agentes do Estado—assalariados e empregados pelo próprio governo, a quem deveriam proteger—articulando golpes e promovendo terrorismo. Ou haveria outro nome para quem derruba torres de transmissão de energia, coloca bombas em aeroportos lotados e invade a Praça dos Três Poderes para depredar e ameaçar? Sem esquecer o plano ” Punhal Verde e Amarelo”, que tinha como objetivo o assassinato do presidente eleito, de seu vice e de um ministro do STF. Não consigo imaginar crime mais grave, perigoso e destrutivo do que esse, ainda mais quando tramado por militares de alta patente, em conluio com políticos, empresários e setores da mídia.
O julgamento terá três sessões para cumprir seu rito, de forma relativamente rápida. Mas vale lembrar que estamos apenas no início: trata-se da etapa de aceitação das denúncias apresentadas pelo procurador-geral da República. Só depois disso virão as investigações mais aprofundadas—embora, na prática, os fatos já sejam amplamente conhecidos e públicos.
A expectativa é que tudo se resolva rapidamente. A fase de investigação, segundo dizem, está bem adiantada, e as previsões iniciais de conclusão para o fim do ano já foram revistas: agora, fala-se em encerrar tudo até julho de 2025.
Acompanhar o destino dos generais é meu maior interesse. Quanto ao ex-presidente, o ideal seria colocá-lo em uma cela o mais rápido possível—antes que fuja.
O ex-presidente, a propósito, esta sentado nesse momento na primeira fila do auditório do STF, aguardando o início do julgamento. Conhecendo a peça, imagino que ele queira assim intimidar alguém. Não passa de leão desdentado e vai descobrir isso de maneira dramática nos próximos dias e horas.