Estranhamente calmo.

“Estranhamente calmo” é parte do título de um texto de um colunista da grande mídia que me caiu nas mãos, estranhando como a economia nos eixos e a política caminhando sem gritaria começaram a tomar forma.

Sem Arthur Lira na Câmara e Campos Neto no Banco Central, a verdade é que os dois pistoleiros do apocalipse saíram do caminho. Boa parte das confusões e dos seguidos sobressaltos tiveram essa dupla—e a grande imprensa—como protagonistas.

Outro que está murchando a olhos vistos é o ex-presidente Bolsonaro. Às vésperas de se tornar réu por gravíssimos crimes contra a democracia, que ele se gabava de afrontar diariamente, viu seu filho Eduardo fugir da raia. Dizem que partiu para os EUA contra a vontade do pai.

A pretensão de manter a relação entre Congresso e governo sob tensão, marcada por pautas afrontosas aos demais poderes—incluindo a atual tentativa de anistia para golpistas—perde apoio. A ideia requentada de Hugo Motta de criar uma comissão para analisar o projeto nada mais é do que um pretexto para empurrar a questão para as calendas. Se, por um lado, mantém o bolsonarismo agrupado, por outro, isola cada vez mais esse nicho extremista, que perde apoio e relevância a cada dia.

Todos esses fatos somados reequilibram as forças políticas e econômicas, trazem mais serenidade ao ambiente e, sem dúvida, consagram o estilo Lula de governar. O que causa estranhamento ao colunista nada mais é do que o resultado do trabalho de um gênio da política, que colhe exatamente o que planta.

O cenário poderia estar muito mais conflagrado e tenso, considerando fatores como as decisões econômicas de Trump, as guerras ainda mal resolvidas, o julgamento de militares golpistas e de um ex-presidente autoritário na berlinda—um caldo de situações complicadas. No entanto, esses conflitos encontram caminhos institucionais para serem escoados, fortalecidos pelo diálogo, que preserva interesses menores enquanto mira os grandes. Puro estilo Lula.

E, note: o planejamento do presidente Lula não foi feito para apenas quatro anos. Isso fica cada vez mais evidente. Apesar dos percalços que exigem decisões pontuais mais apressadas, o roteiro geral mira longe. Esse momento de acomodação reflete a percepção, por parte dos atores políticos, de um horizonte mais amplo e visível—e, com isso, maior conforto para embarcar ou permanecer no barco conduzido pelo velho timoneiro.

Lula tem um plano. E está dando certo.

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