
Observando a perplexidade dos comentaristas, todos pegos de surpresa com a mini reforma ministerial, que até agora parece mais uma reforma do PT dentro do governo.
É possível imaginar que mais mudanças ocorram, mas a surpresa parece ter atingido tanto aliados quanto adversários, todos agora fazendo suas contas.
Aquilo que foi anunciado como uma reforma para acomodar aliados e fortalecer relacionamentos políticos – sobretudo com a base parlamentar, frequentemente vista como frágil e ameaçadora, apesar de ter aprovado tudo o que o governo quis – nem de longe se concretizou.
Ao contrário, o que vemos são nomeações de nomes fortes para posições relevantes e decisivas, indicando não uma acomodação ou conchavos, mas sim uma postura de força. É como se Lula traçasse uma linha e desafiasse todos a escolherem de que lado ficar.
A oposição, que a menos de dois anos da eleição ainda não tem candidato, se encontra em posição frágil. Lula e o PT já passaram por essa situação e sabem onde isso leva. Por isso, assumem uma posição clara e agora cada um que responda aos seus objetivos e aguarde os resultados.
2025 não aponta para um ano de grande crescimento econômico, mas sim para ajustes inflacionários e fiscais, acumulando forças para um 2026 mais dinâmico, com foco na eleição.
A queda da popularidade é natural e acontece com todos ao final do segundo ano de governo. Já atingiu aliados do PT, e agora cada um vai, aos poucos, olhar para a frente e optar pela realidade diante de si.
Se começamos este período sob ameaça de um semipresidencialismo e com o Congresso rosnando, entramos na segunda metade do mandato com a bancada evangélica elegendo líderes que pregam pacificação e diálogo.
Quem ainda vê o Congresso como inimigo do governo não está entendendo nada. Afinal, eles também precisam sobreviver, fortalecer suas bancadas, e a aposta no extremismo se torna cada vez mais arriscada.
Os resultados econômicos só produzem efeitos claros quando acumulam alguns anos. Avançar 3% ao ano durante 4 ou 5 anos e, então, todos perceberão a diferença. Nem todos atribuem os méritos ao governo, nem todos colhem os mesmos benefícios, mas o progresso funciona para a maioria e está acontecendo novamente.
Daqui a alguns meses, seremos todos chamados a renovar a escolha do nosso governo, de nossos representantes nos legislativos e governadores. E a turma que trabalha em Brasília não faz, nem pensa, em outra coisa a partir de agora. O presidente mostrou seu lado e aguarda a escolha.
Façamos a nossa.
Outro ponto marcante dessa mini reforma é seu apelo eleitoral, indo além do próprio Lula e fortalecendo nomes para a disputa de 2026.