
O IPCA-15 de fevereiro veio acima de 1,3%. Apesar de ficar abaixo dos 1,5% previstos, o acumulado anual chega a 5%, mantendo a pressão inflacionária. O Banco Central, sem imaginação e preso à meta de 3% ao ano, deve subir a taxa Selic em mais 1% em março, conforme o roteiro traçado pelo bolsonarista Campos Neto – que ainda não conseguimos superar.
É um desastre ferroviário completo: torna a dívida pública insustentável, alimenta o discurso de mais cortes nos investimentos e desacelera a economia.
Apesar das consequências tão nefastas quanto previsíveis, o presidente Lula segue afirmando que o crescimento será superior a 3% em 2025, contrariando todas as previsões e cenários.
Mas a opinião do presidente não pode ser negligenciada. Isso sugere que algo está se movendo por baixo da superfície, além do investimento estatal. Talvez a economia tenha conseguido superar sua inércia e esteja começando a crescer sem tanta necessidade de estímulos públicos. Se for o caso, uma contração no investimento estatal pode ajudar a superar entraves fiscais e colaborar para a redução dos juros.
Sempre lembro que, para quem vive no Brasil, a Selic quase não significa nada. Estamos acostumados a trabalhar com taxas acima de 20% nos negócios – dinheiro para investimento nunca foi barato por aqui.
Existe uma corrente especulativa que se alimenta desses juros altos, mas o movimento de queda do dólar pode ajudar a amenizar a inflação. Esse parece ser o objetivo do governo e do Banco Central para 2025.
Nesse cenário, a aposta se desloca para o setor privado, que Lula parece acreditar estar disposto a sustentar o crescimento em 2025. Sim, com ajuda da Petrobras, dos Correios e até da Vale, que já começa a ser cobrada a contribuir mais para o desenvolvimento do país.
Até aqui, tudo certo. Agora, resta esperar para ver se a aposta está correta.
O apostador em questão não costuma perder.
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