
Quem melhor definiu o resultado do encontro entre Netanyahu e Trump — e a declaração final de que os EUA assumiriam o controle da Faixa de Gaza, promovendo o deslocamento da população palestina para outros locais — foi o Hamas, ao dizer que a ideia era “ridícula e absurda”.
Abrimos aqui um parêntese para situar a posição do Hamas em meio à turbulência que tem sido esse início de desgoverno Trump.
Cada vez mais, estamos percebendo a retórica agressiva dessas figuras de extrema direita, primeiro como um discurso ensaiado e, segundo, como uma demonstração do que eles não são, não fazem e nem farão, simplesmente porque não são capazes.
A retórica do choque serve para provocar comoção, ocupar a pauta e neutralizar respostas racionais diante de uma enxurrada de impropérios e propostas irrealizáveis. O que fazem é exatamente isso: paralisar a racionalidade e a objetividade, ocupando os meios de comunicação com debates inúteis, fantasias e delírios. Nada disso é para valer, nada é verdade. Não que eles não queiram — eles até querem —, mas não têm a força que dizem ter para realizar o que prometem.
E aqui está a questão: eles não conseguem porque nós não deixamos. Não deixamos porque reagimos. Tudo o que tentam fazer é nos convencer de que não podemos reagir porque eles têm a força. Só que eles não têm, e sabem disso. Talvez nos falte a mesma convicção.
Enquanto isso, ficamos nesse vai e vem de tarifas, de países a serem invadidos, de políticas públicas abandonadas e de leis e regulamentos jogados fora como se fossem imprestáveis. Quando, na verdade, o que é imprestável é a retórica vazia da destruição.
Aqui no Brasil, a direita extremista é cada vez mais um mulambo, com nomes ventilados nas pesquisas que mais parecem candidatos a programas de auditório, sem o menor peso político verdadeiro.
É evidente que sociedades bombardeadas por retórica fascista, como as nossas, estão fragilizadas e distantes de respostas eficazes para bloquear o acesso ao poder desse grupo. Mas o ponto é: eles também têm limites intransponíveis, mesmo quando alçados aos maiores cargos.
Quanto mais gritam para dizer que não, mais importante é saber que sim, eles têm limites.
As sociedades não estão indefesas. O melhor caminho é derrotá-los nas urnas, antes que um fato consumado os coloque no poder. Mas, mesmo no caso de uma derrota eleitoral — que não é o nosso caso para os próximos anos —, ninguém é obrigado a engolir as loucuras fascistas que tentam implantar.
À luta.
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