Muito barulho por quase nada.

O Que Nos Move é o que Aprendemos com o Sofrimento

Não é questão de adivinhação ou arrogância, mas de uma persistente busca por fatos. Com a prática acumulada ao longo de anos, ou mesmo décadas, passamos a perceber certas coisas. Não se trata de “saber”, mas sim de “entender”.

A desvalorização do câmbio no final do ano passado, que levou o dólar a R$ 6,30, foi amplamente discutida e denunciada como resultado de uma combinação perversa de interesses , capitaneados pelo então presidente do Banco Central, Campos Neto. Durante meses, ele buscou justificar políticas que prejudicaram a economia brasileira, amparado por narrativas falaciosas de déficits fiscais e catástrofes iminentes. Contudo, a realidade tem desmentido tais argumentos.

Com a posse de Trump, sua falta de clareza sobre o que pretende fazer, e o desenrolar natural do déficit fiscal dentro das previsões feitas anos atrás, essas pressões perderam parte da força. Campos Neto deixou o cenário, e agora a transição de liderança no Banco Central nos traz uma esperança renovada, ainda que a política de juros exorbitantes continue sendo um desafio.

Minha expectativa recai sobre a reunião do Copom em março. Até lá, haverá mais clareza sobre os rumos do cenário internacional e um novo espaço para que o presidente do Banco Central comece a imprimir seu estilo de gestão. É um tempo de incertezas, pois as mudanças estruturais necessárias nas ações do BC ainda não foram iniciadas, e a estabilização do mercado cambial exige medidas firmes para desmantelar os jogos especulativos.

Nomes como Luiz Gonzaga Belluzzo, economista de referência do novo presidente do BC, já abordaram a necessidade de ações nesse sentido. Que essa influência se converta em políticas efetivas e progressivas.

Porém, é impossível negligenciar o impacto devastador de um dólar a R$ 6,30: isso alimenta a inflação, compromete o planejamento econômico e mina a confiança no futuro do país. O “quase” do título refere-se justamente à necessidade de vigilância constante. Aqueles que pregavam o caos econômico até recentemente, agora alegam que seus diagnósticos foram “exagerados”. O único excesso verdadeiro foi o volume de lucros obtidos às custas de uma manipulação coletiva, amplamente facilitada pelas antigas políticas do BC.

Agora, seguimos alerta, firmes na expectativa de um novo rumo.


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