
Depois do dia inaugural de ontem, confesso que não pretendo entrar no jogo de analisar cada iniciativa do governo Trump. É aquela estratégia de caos planejado: chocam, assustam, lançam iniciativas agressivas – e, na maioria das vezes, ineficazes. Muitas dessas propostas acabam abandonadas pelo caminho, apenas para que ideias ainda piores tomem o lugar. O método é claro: manter a política em um estado constante de choque.
Isso está longe de ser inofensivo. Os riscos são reais, como já vimos no Brasil durante a pandemia, com 700 mil mortes, muitas delas por negligência e abandono total. A questão não é ignorar o que está acontecendo, mas aprender a separar o joio do trigo: identificar as questões verdadeiramente relevantes e não se deixar afundar no lixo político que eles despejam diariamente.
Por enquanto, os imigrantes parecem ser as primeiras e maiores vítimas. Medidas como tarifas contra o México e o Canadá estão sendo discutidas – embora ainda não saibamos quando, nem em que medida. A lógica? Atrair de volta aos EUA empresas que atualmente operam nesses países.
O meio ambiente é outra vítima clara. Os bancos comerciais nos EUA estão encerrando suas linhas de crédito para iniciativas de defesa ambiental e projetos de energia renovável sustentável. É uma grande perda, e o mundo ainda avalia como reagir. Enquanto isso, Trump segue ameaçando os BRICS, prometendo tarifas de até 100% caso continuem reduzindo sua dependência do dólar. Quanto à América Latina, ele fez questão de dizer que os EUA “não precisam de nós para nada”.
O pano de fundo dessas atitudes, além da evidente arrogância e delírios de grandeza, parece ser o abandono completo do multilateralismo. Ele sonha com um EUA autônomo e soberano, rejeitando tratados e parcerias globais. Saiu da Organização Mundial da Saúde, deixou os tratados de Paris para trás e faz movimentos para consolidar um nacionalismo isolacionista e decadente.
Entre os momentos mais alarmantes do dia, precisamos destacar a presença de Elon Musk e seu discurso de saudação à posse. Durante o evento, Musk fez um gesto que muitos interpretaram como uma saudação nazista – uma cena transmitida ao vivo e amplamente debatida desde então. Ele não foi o único. Steve Bannon, em outro contexto, também foi visto saudando uma delegação alemã com o mesmo gesto, enquanto Eduardo Bolsonaro estava na sala.
Esses episódios são mais um capítulo em uma longa história de referências fascistas entre certos grupos de apoio, mas a saudação nazista, realizada em público e transmitida globalmente, eleva o absurdo para outro patamar. Não se trata apenas de chocar; essas ações marcam um perigoso aprofundamento ideológico.
Trump repetiu sua conhecida retórica sobre a inutilidade de guerras, preferindo sanções econômicas e tarifas como armas de negociação. Porém, assim como tudo em seu governo, esses discursos podem mudar a qualquer momento. A única certeza é que uma superpotência decadente agora está nas mãos de um líder errático e motivado a buscar destruição em nome do poder.
É como se Nero tivesse assumido o controle, com uma disposição perigosa para colocar fogo em tudo. O mais prudente, no momento, é manter distância e vigilância. Eles vêm com tudo. A única questão é que nem eles sabem para onde.
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