
O que nos leva ao deboche e cinismo da imprensa de insistir em superávit fiscal como causador do dólar caro, sendo que eles são um dos 17 favorecidos pelas medidas de 2013 – anticíclicas e para épocas difíceis – que nunca mais se conseguem suprimir, mesmo com o país voltando a crescer.
O arcabouço fiscal objeto de severas críticas – a esquerda e a direita – foi cumprido nos termos previstos na sua concepção. Problema do déficit está inteiramente situado na consequência dos juros mais altos do mundo praticados por desculpas que foram mudando durante o ano, e finalmente a desculpa que pegou exatamente com a consequência do pagamento dos juros exorbitantes. De fato, temos um problema com a subida da dívida bruta, longe de explodir, mas com trajetória incompatível com a dinâmica da nossa economia em desenvolvimento e desconectada dos superávites da balança comercial que fecha 2024 com mais de US$ 74 bilhões de saldo positivo.
Por onde olhamos todos os indicativos e emprego, renda, superávites fiscais e comerciais, aprovação de leis de interesse e reformas do governo no Congresso, abertura de mercados e segurança jurídicas, em tudo o Brasil avança sem problemas, exceto o serviço bilionário da dívida pública que precisa ser alterado com urgência.
Agora em janeiro temos mais uma reunião no BC para aumentar em 1% a Selic, conforme previsto na ata da última reunião. Vamos cumprir a previsão e aguardar a próxima em março, quando o novo presidente vai poder começar a agir com seus próprios pensamentos. Até lá é aguentar o tranco.