Vá, mas não me chame.

O Guaidó 2.0, mais um “presidente fake” venezuelano, Edmundo não-sei-o-resto, anda por aí afirmando que retornará ao seu país para assumir a presidência no próximo dia 10 de janeiro.

Esse personagem permaneceu escondido em um local não divulgado durante todo o período de apuração dos resultados das eleições na Venezuela. Enquanto isso, governo e oposição disputavam as narrativas e os rumos políticos do país. Curiosamente, Edmundo não apareceu, e quem enfrentou a situação nas ruas foi Corina. Concordemos ou não com suas posições, a coragem foi demonstrada por ela.

Não vou me alongar relembrando todos os acontecimentos naquele momento, mas é preciso destacar que Edmundo, com uma ordem de prisão em aberto e na condição de fugitivo, dificilmente retornará à Venezuela no dia 10, como promete. Duvido. Vamos esperar para ver, ou não.

Enquanto isso, outro tema no cenário internacional é a Síria, onde diplomatas alemães e franceses, após visitas recentes, declararam esperar “um período inclusivo e pacífico” sob o novo governo. Sei que a linguagem diplomática, por necessidade e princípio, tende a suavizar os cenários, mas acho que exageraram.

A tomada de poder por um grupo de características semelhantes ao Talibã, num país completamente dividido por facções extremistas e interesses estrangeiros — como os da Turquia, possivelmente de Israel, entre outros —, faz com que qualquer ideia de uma “transição pacífica e inclusiva” pareça ilusória. Isso sem mencionar o ex-líder Bashar al-Assad, atualmente refugiado na Rússia, que ainda pode ter algum recurso para movimentar no tabuleiro.

Por fim, fica o habitual desabafo quanto à cobertura internacional da nossa gloriosa imprensa: segue o padrão de sempre. Não informa. Pior, desinforma.


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