Furando a bolha.

Eu costumo dizer — e não estou brincando — que a última vez que assisti a um programa jornalístico na Rede Globo foi quando meu pai comprou uma TV colorida, e os únicos programas que passavam a cores eram a dança no início do Fantástico e o Jornal Nacional. Depois disso, nunca mais.

Mas ontem, nosso Lula deu uma entrevista ao Fantástico, logo após receber alta do hospital, e, sem dúvida, fez muito bem.

Estamos naquela fase em que é necessário falar para todos, porque todos precisam ter a oportunidade de ouvir, perguntar e receber as respostas. Como na grande mídia o presidente e seu governo quase não aparecem — ou, quando aparecem, é de forma depreciativa ou negativa —, uma oportunidade de falar e ser ouvido é sempre bem-vinda.

É evidente que nem Lula quer, nem a grande mídia deseja, fazer do chamado PIG o principal canal de comunicação. Mas a saída do hospital foi uma daquelas raras ocasiões em que um momento de solidariedade, mesmo que relativo, diante do susto e da rápida recuperação, abriu espaço para o diálogo.

A intenção primeira era se mostrar inteiro, recuperado e pronto para o trabalho.

Quem viu, viu. Quem aproveitou, aproveitou.

A repercussão indica que Lula conseguiu furar a bolha dos adversários e transmitiu sua mensagem de maneira positiva, como costuma fazer.

Muita gente, de diferentes lados, pode até se incomodar com o episódio. Porém, a trégua proporcionada por essa delicada ocasião deveria, talvez, servir de lição a todos.

Vida que segue, e cada um retoma o seu caminho.


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