
Peço desculpas pela referência ao excelente filme argentino, mas não pude evitar a lembrança ao ver as imagens apagadas do encontro de Lula com Milei. Ambos estavam de cara fechada, destoando das dezenas de cumprimentos calorosos entre os chefes de Estado presentes no encontro do G20.
Nossa imprensa passou a semana dizendo que a Argentina boicotaria, atrapalharia ou vetaria as propostas do Brasil para o encontro. No entanto, não só isso não aconteceu — o que seria impossível — como a Argentina ainda assinou os acordos. Embora tenha dito que não concordava, assinou.
Aparentemente, a ida do presidente francês, Emmanuel Macron, à Argentina na véspera do G20 teve esse propósito: convencer Milei a assinar. Macron não saiu de mãos vazias, já que a França aproveitou para, pela décima vez, reafirmar sua oposição ao acordo entre Mercosul e União Europeia. Eu, que sempre fui contra esse acordo, começo a me inclinar a apoiá-lo diante da insistente resistência francesa.
Na verdade, foi a França que usou a Argentina em mais essa rodada de negação. Contudo, a oportunidade dada a Milei de discordar de algo certamente deve ter pesado na cabeça do presidente argentino.
Circula a informação de que Milei planeja pedir 20 bilhões de dólares aos EUA — diretamente a Trump — para iniciar o processo de dolarização da economia argentina. Com o câmbio atual, supervalorizado, qualquer congelamento da situação paritária seria mais um golpe mortal na economia do país.
Ontem, surpreendentemente, divulgaram a carta com os acordos dessa etapa do G20 antes do encerramento do evento, algo incomum. Essa antecipação certamente diz muito.
O Brasil se fortalece no cenário internacional enquanto aguarda o retorno de Trump ao poder.
Vida que segue.
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