
Se não fosse uma política fragorosamente derrotada na recente eleição nos EUA, essa decisão de Biden poderia ter o potencial de nos levar ao uso de armas nucleares novamente, dessa vez na Europa. Isso sem mencionar o alerta de Putin, feito meses atrás, de que o uso de mísseis de longo alcance seria considerado uma declaração de guerra da OTAN contra a Rússia.
O que Biden tenta fazer no apagar das luzes de sua administração é provocar o acirramento da guerra entre Ucrânia e Rússia, que já está moribunda em função das declarações do futuro presidente Trump. Ele reafirmou, após ser eleito, que vai encerrar esse conflito.
Curioso também foi o encontro com o presidente chinês Xi Jinping, na véspera do G20, onde Biden fez um movimento de aproximação com a China. No entanto, essa tentativa não deve encontrar acolhida na política de Trump.
Trump, por sua vez, busca se aproximar da Rússia, enfraquecer a aliança entre Rússia e China – promovida pela política agressiva dos democratas – e iniciar sua guerra comercial na Ásia, esperando contar com a neutralidade russa.
O Brasil também se vê em meio a essa confusão. Para negociar tarifas com os EUA – que Trump já avisou que pretende aumentar significativamente – a China pode optar por trocar o Brasil pelos EUA como fornecedor de alimentos, como carnes e grãos, o que poderia prejudicar a corrente de comércio brasileira. Por isso, Lula tenta fechar um acordo com a Europa para manter abertas importantes rotas comerciais.
Assim, uma sequência de traições em tratados firmados nos últimos anos, incluindo os BRICS, deixa todos em expectativa quanto às decisões de Trump que ainda estão por vir.
Por fim, a resposta de Putin às agressões da Ucrânia com mísseis de longo alcance pode mudar de tom. As ameaças de retaliação nuclear foram feitas durante o governo Biden, que apoia a Ucrânia sem prazo definido. Com Trump assumindo em dois meses e prometendo alterar o curso da guerra, Putin pode optar por pisar no freio – dependendo da gravidade do ataque – para evitar a escalada do conflito e apostar em uma resolução com Trump no poder.
Esse seria o melhor cenário.
Faço a ressalva de que, quando se trata de assuntos de guerra, costumo errar, porque prefiro pensar no fim dos conflitos e na paz. E erro sempre.
Espero não errar desta vez, mas…
A propósito, o tema das guerras foi propositalmente excluído do G20, para abrir espaço para discutir a fome.
Para conhecimento : Presidente Lula teve 11 reuniões bilaterais nesse domingo, véspera do G20. O presidente encontrou com as autoridades no Forte de Copacabana.
Segue a lista completa de reuniões 👇🏽
10h30 – reunião com o presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa;
11h20 – reunião com o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim;
12h10 – reunião com a primeira-ministra da República Italiana, Giorgia Meloni;
14h15 – audiência com o Príncipe Herdeiro de Abu Dhabi, Sheikh Khaled bin Mohamed bin Zayed Al Nahyan;
15h00 – reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen;
15h50 – reunião com o presidente da República Socialista do Vietnã, Pham Minh Chinh;
16h40 – reunião com o presidente da República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço;
17h30 – reunião com o presidente da República da Türkiye, Recep Tayyip Erdoğan;
18h20 – reunião com o presidente da República Árabe do Egito, Abdel Fattah El-Sisi;
19h30 – reunião com o presidente da República Francesa, Emmanuel Macron;
20h20 – reunião com o presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, Luis Arce.
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