Preocupa, mas considerando que os preços foram afetados pelas secas, pelo aumento da conta de luz e que ambos os fatores estão presentes em parte para novembro e, a princípio, ausentes em dezembro, acho possível esperar uma redução nos números para cumprir o teto – a meta de 3% + 1,5% no limite.
O que não entra nas análises diretamente, e me parece um fator preponderante, é o câmbio. Com os preços das commodities alimentícias atrelados à moeda internacional, a subida extraordinária de outubro contamina todos os preços, inclusive de combustíveis, afetando em cascata toda a cadeia de custos e preços dos alimentos.
E, pior, o aumento dos juros, que estão entre os mais altos do mundo, não tem surtido efeito na redução do câmbio, como costumava ocorrer no passado. Assim, temos outras considerações sobre essa questão a observar.
A primeira é que, durante o mandato do ex-presidente, o Banco Central, sob o comando de Campos Neto, interveio no câmbio 127 vezes. Nos dois primeiros anos de Lula, apenas duas vezes. Isso já basta para perceber a intenção do contador do Santander infiltrado no governo. E, lembremos, as reservas internacionais, que estavam em queda de US$ 50 bilhões nas mãos dos ex-administradores do caos, já foram recuperadas no atual mandato e aumentaram em mais de US$ 27 bilhões no total atual. Ou seja, parcimônia no uso de reservas em dólar para segurar a especulação criminosa é sinal de omissão e nada além disso.
Outro problema grave que tratamos aqui é o volume de apostas no dólar futuro no Brasil, que supera em dezenas de vezes o capital investido na bolsa, provocando reações combinadas com a manipulação bilionária do câmbio no presente, aumentando dólar sem motivo, sem que o Banco Central tome alguma providência para contê-las. Por isso, esses volumes imensos de dinheiro em apostas futuras inibem o uso conhecido de aumento de juros para conter a alta do dólar no presente. Ou seja, aumentar juros não funciona mais para segurar o câmbio e muito menos para combater a inflação de demanda, que, por hora e há muitos anos, está ausente em nosso Brasil.
Inflação por secas, aumento de combustíveis e tarifa de energia na bandeira vermelha – nada disso é combatido com aumento de juros, o que torna a ação suicida do Banco Central atual um caso de atentado planejado contra as finanças públicas, com o aplauso da mídia corporativa, dos bancos e dos investidores. Essa é uma aposta de décadas, que concentra renda e torna inútil qualquer tentativa de conter o aumento da dívida pública com cortes no orçamento. Se em alguma dívida cuja trajetória de crescimento nos ameaça de alguma maneira, a resposta está no aumento da dívida pública devido à elevação da taxa Selic; cada 1% significa mais R$ 50 bilhões de dívida. Note que, após várias reuniões e discussões entre ministérios do governo, o corte previsto para ser divulgado não passa – dizem – de R$ 15 bilhões. Se abaixarem 0,25% na Selic, a mágica da economia está feita.
Onde está a discussão?
Em quem ganha e quem perde, porque investidores e mercados querem tudo para eles e nada para nós. E só temos nosso Lula para nos defender.
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