
Hoje, 51 das maiores cidades brasileiras concluem a rodada eleitoral municipal em segundo turno, com a previsão de resultados semelhantes aos que temos visto até agora. O grupo de extrema-direita deve conquistar cerca de 10 prefeituras, a esquerda aproximadamente 5, e a direita centrista em torno de 35. Esses números não alteram significativamente o cenário atual, mas vale destacar o estado de São Paulo, onde o extremismo tem obtido suas maiores vitórias.
Olhando além das eleições municipais, fica evidente que o discurso extremista e fascista tem se espalhado pelo mundo. A xenofobia e o racismo crescem em países europeus; em países latinos, a religião e o messianismo ganham força; e nos Estados Unidos, uma mistura de todos esses elementos .
Após décadas de globalização e terceirização de mão de obra asiática, que favoreceram países como a China em detrimento de outros, como EUA e Europa, a guinada econômica atual tenta reverter esses efeitos por meio de políticas de centralização, boicotes, sanções e até o uso de força militar. Esse é o esforço do Ocidente para recuperar privilégios econômicos perdidos.
No entanto, a eficácia das iniciativas é questionável.
Na política, o discurso fascista surge como consequência disso. Para convencer o público de que uma mudança é necessária, é preciso apontar um inimigo da prosperidade e do emprego — ameaçado ou precarizado — fora das fronteiras. Embora haja uma dose de verdade nisso, a xenofobia, o racismo e a religião são instrumentos eficazes para criar esse “inimigo”, já que essas ideologias geralmente se fundamentam em apontar adversários a serem combatidos.
A democracia, por sua vez, segue sendo arrastada por essa maré, pois ela permite que grupos e pessoas rompam o cerco midiático e econômico, algo que não interessa aos detentores do poder. A defesa da democracia torna-se cada vez mais uma tarefa daqueles que acreditam em um mundo inclusivo, enquanto enfrentamos uma onda de exclusão.
O que ainda não está claro nessa disputa – sobretudo para as vítimas – é que a exclusão traz consigo destruição, desmonte, concentração de riqueza, fome e guerra. Excluir é eliminar o adversário. E com isso, vão-se o mercado consumidor, a segurança alimentar, o equilíbrio ecológico, a diversidade cultural e as políticas públicas — em última instância, até mesmo o Estado. Alguns líderes, como Milei, Trump e Bolsonaro, expressam isso abertamente, mas a maioria age em silêncio. Vamos ver até onde isso nos leva.
Os resultados das eleições municipais, aqui e acolá, seguem esse padrão. Poucos extremistas disputam abertamente; a maioria perde, mas chega perto, o que já é suficiente para causar preocupação. O centro silencioso vence e parece demonstrar um certo cansaço com a polarização fabricada, enquanto a democracia, no Brasil e no mundo, se torna uma bandeira da esquerda e da centro-esquerda. O centro acomoda-se e observa onde seus interesses podem se encaixar. A extrema-direita quer tudo para si; a esquerda precisa da democracia para existir. E o centro espera.
OBS.: Não deixe de comentar e curtir os posts, se for o caso.
Não esqueça de divulgar, se lhe convém.
E apoiar, se puder: PIX 30454964/0001-70