A guerra no Banco central.

Vou começar comentando um texto que circula em sites especializados em economia e finanças, onde o autor prevê Gabriel Galípolo na presidência do Banco Central mantendo a atual política contracionista. Isso porque o mandato dele só dura quatro anos, e, depois, ele vai precisar seguir sua carreira. Se ele se queimar com o mercado e não cumprir o “script” de manter os mais altos juros do mundo, terá dificuldades em sua trajetória profissional, explica o sujeito.

Uma ameaça mais explícita do que essa, desconheço.

Mas vale o registro.

De fato, no novo Banco Central, travar-se-á a grande batalha dos próximos dois anos. Não há ajuste fiscal que dê jeito para segurar a trajetória da dívida pública pagando os mais altos juros do mundo. Enquanto o governo revisa o BPC, corta investimentos e praticamente paralisa o orçamento para cumprir sua meta — não sem um objetivo, que explico em outro post — economizando, nesse esforço tremendo, uns R$ 25 bilhões, uma queda de 0,25% na taxa Selic realiza o mesmo trabalho sem nenhum esforço adicional ou maiores consequências.

Ou, melhor dizendo, com uma importante consequência: o câmbio.

Não é segurando o investimento com juros altos que o boicote do atual Banco Central tem afetado o programa do governo. Sim, os juros atrasam investimentos, mas, a curto prazo, serviriam para segurar o câmbio, ajudando no combate à inflação.

Mas o câmbio está totalmente descontrolado. Não está explosivo, pois não há nenhum motivo para isso, mas está estranhamente volátil, com variações bruscas e alto demais para o estágio atual da nossa economia, mesmo com ingressos de moeda estrangeira sobrando e não faltando.

O mal maior do atual Banco Central, além da Selic, é deixar o mercado financeiro manipular os juros futuros de forma livre, puxando as taxas atuais para valores irreais e especulativos, prejudicando o combate à inflação, que o BC deveria promover, não boicotar.

A nomeação de Galípolo ameaça esse jogo especulativo alucinado. Ao menos, espera-se maior racionalidade de Galípolo em relação ao BC atual, o que provoca calafrios e obriga os arautos do financismo a ameaçarem publicamente, sem nenhum receio, o futuro presidente do BC.

Veremos o que veremos.

Mas não coloco minha mão no fogo, quero ver o resultado e crer.

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