
Cada dia que passa, o Febeapá (Festival de Besteiras que Assola o País) aprofunda sandices na tentativa de explicar os resultados eleitorais das municipais. Dá uma volta tremenda e cai no mesmo lugar de sempre: o PT e as esquerdas foram derrotados.
Temos um segundo turno interessante em curso. Sim, não muda o quadro geral, mas me parece que deixa marcas perenes. Ciro voltou para o berço da direita, Boulos se afirma como um quadro competitivo, Natália Bonavides é o futuro presente, Belo Horizonte se mantém longe do extremismo no executivo, e Porto Alegre está à véspera de mudar suas vitoriosas lideranças petistas. Aliás, embora pouco valorizada, vem aí uma safra promissora para 2026 nas Assembleias de todo o Brasil.
O que se destaca é a vitória do centro, que não se define nem como direita, nem esquerda, nem centro. Mas que não tem um nome sequer para a disputa nacional, aliás, repetindo o histórico do centro desde sempre.
O extremismo está espalhado, ganhou capilaridade, mas quem acredita que essa turma vai progredir na política somente atacando, mentindo e difamando, não tem a menor ideia do que as pessoas realmente precisam. Elas percebem o engano e recuam.
Ou a presidência de Bolsonaro não foi um exemplo? Fez de tudo, derramou bilhões, ameaçou com tanques fumegantes, generais batendo na mesa, fez e aconteceu, mas perdeu. Porque não tinha nada para mostrar. E perdeu por pouco porque os tempos são estranhos, podem até continuar estranhos, mas não vingou. Perdeu. E em 2026, perderão novamente e nem candidatos têm.
O tal do Tarcísio não vai largar São Paulo, esqueçam. O tal do Zema se arrasta nesse segundo mandato inexpressivo, ainda pior que o primeiro. Marçal não cruza o Rubicão; a inelegibilidade está praticamente certa. Mesmo que não, mesmo que o TSE deixe a coisa correr, ele está longe de ter mais votos nacionais para vencer disputas.
Sim, faltam dois anos ainda, mas o horizonte da economia é positivo e está melhorando. A questão do Banco Central está a caminho de uma solução, mesmo que paliativa. Existem questões fundamentais a corrigir, como o câmbio valorizado e os juros nas alturas, que exigem uma ação moderada. Nada demais, algo que pode ser melhorado substancialmente com uma administração mediana.
O que resta? Apenas sugestões de “faça isso, fale aquilo”, sem nenhuma profundidade, base histórica ou legitimidade na fala. Apontam soluções hoje que esquecem amanhã, passam a promover outras queixas e buscam manter espaços onde a crítica constante é sempre valorizada, recaindo sobre o inimigo PT.
Nenhuma avaliação honesta pode deixar de reconhecer o momento de reconstrução, sempre difícil e ameaçado de retrocessos, como sempre foi. Não podemos esquecer, ao colocar tudo na balança, que a vitória foi da base do governo, centrista, liderada por Lula, um social-democrata, esperando dos críticos e inimigos — sobretudo dos analistas da mídia oligárquica — o reconhecimento do seu papel nacional na costura de alianças vitoriosas e sua definição histórica de modelo ideal para governar o Brasil, diverso e pobre.
Eles querem o nome para si, não a prática. Por isso deslocam Lula e o PT para a esquerda, quando na verdade estão, no máximo, na centro-esquerda. E é de lá que governam o país democraticamente, com equilíbrio fiscal que só eles conseguem, e com crescimento econômico e inclusão social, algo que, antes de Lula e do PT, todos nós julgávamos impossível.
E descobrimos que não é.
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