Apagão de vergonha.

Pouco ou nada tenho com a cidade de São Paulo, gosto de ir lá passear, participar de feiras de construção e jantar nos restaurantes. Mas a frequência dos apagões na cidade provoca reflexão.

E deixa evidente por sua gravidade o padrão de serviços das grandes empresas públicas privatizadas.

Começam demitindo os mais experientes, a substituição é insuficiente e por novatos sem experiência. E o mais grave é que abandonam a manutenção.

A falta de poda nas árvores é evidente, quando um vendaval como o de ontem ocorre – e ele foi excepcional – o desastre estava contratado de véspera, com galhos e troncos pedindo para cair. E caem, em cima de tudo, sobretudo dos fios de energia dos postes, rompendo as ligações.

A falta de manutenção atinge também os equipamentos do tipo transformadores, que não tem mais sua vida útil observada e a troca antecipada para evitar transtornos, como interrupção prolongada no fornecimento de energia. Fora as explosões quando estragam de vez. O critério dessas empresas agora é esperar o transformador explodir mesmo, para só depois substituir. Assim eles vão acumulando receita, economizando na mão de obra e na manutenção, apresentam bons resultados nos balanços e deixam os investidores satisfeitos. Falta apenas combinar com os clientes, obrigados a aturar monopólio com tal nível de serviços.

Os paulistanos saibam que não estão passando por nenhuma novidade, para convencer o Brasil da necessidade de privatizar as “incompetentes e corruptas” estatais, FHC e seu moribundo PSDB – não por acaso- iniciaram a estratégia de deixar tudo sucatear para depois vender, e assim chegamos onde estamos.

Venderam e a coisa só piora.

O acerto com esse tipo de serviço porco e mal intencionado desde sua concepção, planejamento e execução com objetivos de lucros e nada mais, seria por exemplo, no dia seguinte a um apagão como este que acontece em São Paulo. As multas e indenizações não seriam compensadas pelos abusos, caso os prefeitos e vereadores depois não cancelassem todas elas no momento seguinte. E assim a roda gira em sua imutabilidade.

E o prefeito é reeleito assim mesmo.

Até quando?


Deixe um comentário