
Amanhecemos em polvorosa, desmentindo uma grosseira falsificação na véspera da eleição. O autor da fraude não é outro senão aquele candidato à prefeitura de São Paulo, o mais destacado representante do fascismo bolsonarista. Tanto que é renegado até pelo próprio Bolsonaro, tamanha é a sua exagerada desfaçatez.
Publicou um falso laudo médico, assinado por um CRM cancelado porque o profissional faleceu, impresso na clínica de um apoiador e parceiro já condenado anteriormente por falsificação. Um combo de picaretagem que só não faz estrago total porque temos as redes sociais para desmentir. Tanto que o criminoso recua e apaga as publicações rapidamente.
Se fazem efeito, não sei dizer. Talvez o desmentido vigoroso tenha um impacto ainda maior. Mas o que deveria acontecer, e não ocorre, talvez por omissão ou lentidão, é a convivência com esse tipo de crime. Crimes previsíveis, cometidos na véspera, deveriam ser antecipados, com plantão e resposta vigorosa, imediata e proporcional.
Aplicar multas que milionários podem pagar me parece um deboche com a democracia. Prender? Um exagero, só depois do trânsito em julgado, daqui a anos. Mas impedir que o delinquente continue participando do pleito? Isso sim seria a resposta proporcional e didática, colocando um ponto final nesse tipo de aventura criminosa e estabelecendo limites intransponíveis para uma vida democrática equilibrada.
É o que eu penso. E acredito que essa presepada vai custar ao candidato seu lugar no segundo turno e processos intermináveis depois. E o maior favorecido será o atual prefeito.
Em resumo, se a campanha desse criminoso foi, o tempo todo, marcada por desrespeito, ataques, mentiras e delinquência, por que não dobrar a aposta na véspera? O raciocínio dele é cristalino e coerente. A resposta, até agora, é que não é.