A hora do Voto útil.

Quem vai com raiva, frustração e ressentimento para a cabine de votação, imaginando protestar contra tudo o que está aí, geralmente o faz sem antes dar uma olhada no espelho. Não é difícil perceber o quanto a existência de um inimigo – real ou imaginário – agrega grupos heterogêneos e direciona a rejeição. Tudo é relativizado; importa mais derrotar do que vencer.

Além das questões psicológicas, temos as objetivas e práticas. Esta é aquela semana em que a reflexão sobre a viabilidade de nossas preferências bate forte e nos exige uma decisão.

O tempo urge.

E, por motivos diversos – às vezes porque o candidato se dividiu, não comunicou bem, era realmente ruim ou pouco conhecido –, nossa escolha do coração não vingou. Agora, uma ou outra opção aceitável pode impedir um desastre maior.

Sim, estou falando do doloroso voto útil, aquele que a gente vota e sai correndo.

Chegou a hora. Há lugares em que a tomada de decisão nesse sentido é exigida, mas não vou sugerir nada. Porque o voto consciente já percebeu e não precisa de orientação – talvez de consolo.

Vida que segue. Feliz é quem tem candidatos viáveis na disputa, quem consegue fazer uma escolha com boas chances de vitória.

Aos demais, resta seguir em paz e evitar o mal maior.

Antes de nós, quando nem sequer havia eleição de fato, muito menos pesquisas de opinião, existia o sentimento de “perder o voto” se o escolhido não vencesse. Ou seja, ninguém gosta de perder. A responsabilidade hoje é muito maior, porque sabemos bem o que esperar da urna – salvo as surpresas –, o que nos exige cuidado para não deixar passar justamente aqueles indesejados.


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