Vamos observar algumas cidades: BH, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.
Em BH, a divisão entre Correia e Duda, à esquerda, permitiu que o centro e a extrema direita disputassem a vaga. Embora o número de indecisos esteja muito alto e os resultados das pesquisas sejam contraditórios entre diferentes institutos, em todos eles a divisão da esquerda foi fatal.
Em Porto Alegre, a divisão pode permitir que o atual e péssimo prefeito vença no primeiro turno. Ao contrário de BH, não vemos tanta discrepância entre as pesquisas, mas a quantidade de levantamentos é pequena e a frequência muito espaçada.
São Paulo, por outro lado, tem uma pesquisa quase todos os dias, mostrando variações dentro da margem entre os candidatos, que se alternam na liderança dependendo do instituto. Parece-me que Boulos segue na frente, com Marçal e Nunes disputando a outra vaga. Apesar dos pesares, a ida de Marçal ao segundo turno pode significar a vitória de Boulos, ao contrário do cenário em que Nunes avance. A rejeição a Marçal é enorme e crescente.
No Rio de Janeiro, desde as primeiras sondagens, Paes aparece com chances de vencer no primeiro turno. Esse ainda parece ser o cenário mais provável, mas sem os números altíssimos que surgiram no início da corrida. Se ganhar no primeiro turno, será por uma margem apertada.
No Nordeste, a notícia é que a centro-esquerda, o PT e aliados começaram a reagir e a assumir a liderança.
Estamos quase lá e, de maneira geral, mesmo sem conquistar o Executivo, os números dos candidatos de centro-esquerda, somados, parecem indicar uma recuperação importante. A meu ver, esse é o objetivo do momento.
Na Folha de SP de hoje. “Há quatro anos, o PT saiu das urnas com 183 prefeitos, pior desempenho desde 1996, mas cresceu por meio de migrações partidárias após a eleição de Lula, chegando 286 prefeitos. A legenda não definiu uma meta, mas quer “um resultado bem melhor” comparado a 2020, afirma Humberto Costa (PT-PE), coordenador do Grupo de Tática Eleitoral do PT.
Ao todo, o PT lançou 29.912 candidatos a prefeito, vice e vereador nessas eleições, das quais 4.594 disputaram as eleições de 2020 em outras legendas. Os que disputaram apenas o pleito de 2022 e migraram para a sigla foram 64, totalizando 4.658 nos dois anos. No cômputo geral, a maioria dos novos integrantes veio do PSD (470), PP (468) e PDT (458).”