A revolta das cadeiras e os EUA .

Protesto com cadeiras em SP.

Na reta final das eleições municipais, a expectativa é de derrota do extremismo. Hoje, a Folha trouxe uma reportagem com um resumo das maiores cidades brasileiras, aquelas com mais de 200 mil eleitores e previsão de segundo turno. A reportagem estima uma vitória parcial do bolsonarismo em 20 cidades e de candidatos apoiados por Lula em 11. Se estiverem corretos, restam mais de 80 cidades a serem divididas entre partidos de centro. Isso confirma a impressão inicial que observamos, e podemos destacar o PSD de Kassab como o atual MDB de outros tempos, um partido “bonde” onde cabem todos e cada um segue por si só.

Esse cenário sugere um pós-eleitoral em que há espaço para todos saírem relativamente satisfeitos, e os próximos dois anos do governo Lula não deverão sofrer grandes abalos. Pelo menos por aqui. A seguir, teremos a eleição dos novos presidentes das casas legislativas, que costumam provocar maiores tremores do que as eleições municipais. Mas falaremos sobre isso depois.

Nos EUA, a democrata Kamala Harris segue na frente. Trump recuperou um pouco do terreno perdido, embolando a reta final da disputa. Os melhores analistas, no entanto, continuam apostando na vitória democrata, o que, segundo o próprio Trump, encerraria sua carreira política.

O fascismo, que veio para ficar, ainda não consegue reunir forças em países que governou recentemente, mostrando sua incompetência administrativa, causada pelo total desinteresse pela coisa pública. Trata-se de uma frente de interesses específicos, excludentes, composta por liberais exacerbados e fixados em costumes conservadores para angariar votos. É uma receita que funcionou por um tempo, mas aparentemente está em declínio. Manter tanta gente furiosa por tanto tempo é algo difícil, e eventualmente essa força vai se dissipando.

Aqui no Brasil, algo semelhante está acontecendo. Embora a extrema direita ainda consiga eleger candidatos, ela já não tem aquele discurso alucinado de antes. Vive de alguns espasmos delirantes para sacudir os mais radicais, mas claramente acena para o centro político para sobreviver. Continua no jogo, mas sem a eficácia anterior. Uma última observação é que o fascismo como força politica está normalizado no Brasil e no mundo, por força das mídias novas e a da velha imprensa, e passa a ser adversário a ser sempre combatido.

Alguns até tentaram ultrapassar a retórica extremada do bolsonarismo, mas acabaram desmoralizados por cadeiradas. A sobrevivência desse tipo de discurso parece ameaçada.

Vamos aos votos.


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