Cartas na Manga?.

Estamos em época de eleições municipais, e o presidente do Brasil está fora do país em mais uma missão. Ele parece estar mais perto de colher frutos do que continuar plantando. O acordo com a Europa está quase pronto para ser assinado. Apesar das discordâncias em relação ao tratado, é preciso reconhecer a estratégia de aproximação com a Europa, o que pode fortalecer os Brics.

O Brasil tem o apoio da França para entrar no Conselho de Segurança da ONU, um desejo antigo do presidente Lula. Japão e Alemanha também foram indicados para este novo formato. Ainda assim, tentam evitar a China, o que me parece impossível em futuras ações da ONU.

A situação da Palestina continua crítica e é alvo de duras críticas internacionais. Rússia e Ucrânia seguem em guerra, com a retórica aumentando e até ameaças de uso de armas nucleares – uma catástrofe que deve ser evitada a todo custo.

Lula está ocupado com uma agenda relevante. Ele voltará ao Brasil e logo irá ao México para a posse da presidenta eleita. No entanto, sinto falta de suas críticas à política monetária no Brasil, ainda sob controle de Roberto Campos Neto. Fernando Haddad, por sua vez, adia comentários sobre o tema, protegendo seu escolhido para assumir o Banco Central (BC), que continua apoiando decisões questionáveis, incluindo a recente alta de juros.

Alguns acreditam que estamos esperando janeiro chegar para mudar a política monetária, enquanto outros pensam que estamos evitando agitação até a aprovação do novo presidente do BC pelo Senado.

Eu, ouvindo Lula falar sobre previsibilidade na economia, imagino um BC alinhado com essa visão atual, talvez com um discurso renovado, mas mantendo os juros altos ao longo de 2025, com uma redução muito lenta.

Veremos o que acontece.

Creio que o preço que nossa democracia paga para ser aceita pelas elites financeiras, é como uma tributação colonial, o custo da nossa estabilidade política, uma maneira das elites controlarem o país.

Sim, estamos melhorando, mas é sempre importante manter o foco no objetivo final: nosso dinheiro deve acumular riquezas que se traduzam em investimentos, empregos e renda. Muito ainda precisa ser feito, e somente uma mudança profunda na política monetária nos permitirá transformar o país de verdade. Até lá, todo esforço é bem-vindo e merece reconhecimento, mas é bom lembrar que ainda é parcial.


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