É inevitável continuar refletindo sobre a decisão do Banco Central de aumentar a nossa taxa de juros Selic, mirando não apenas o “leite derramado” do bolsonarista que boicota oficialmente a economia nacional. O que preocupa, sobretudo, é o que temos pela frente.
Estamos aguardando o teor completo do boletim que acompanha as decisões do Copom e que explica as razões para tal. No resumo inicial, observamos um texto ríspido e além da própria decisão. A rigor, os 25 pontos foram poucos, em comparação com a dureza do texto divulgado.
E já se espera um aumento de 50 pontos na próxima reunião, a última da atual diretoria, em sua maioria indicada pelo governo fascista.
É depois que a coisa complica.
Li uma comparação sobre a participação atual do próximo presidente nomeado por Lula — Galípolo — com um mafioso que precisa descarregar seu revólver no cadáver apresentado pelos comparsas, como um ritual de iniciação e aceitação na gangue. Porque é isso que Galípolo tem feito, não apenas agora, mas nas sucessivas omissões anteriores, e agora ao concordar com o primeiro aumento de juros na gestão Lula. De fato, ele “descarregou a arma” em nós.
Se for assim, como ficamos em relação ao próximo Banco Central? Pessoalmente, não tenho dúvidas: eles irão continuar a atual política contracionista e o boicote ao crescimento do Brasil, porque a visão distorcida e desequilibrada da nossa realidade parece definir claramente as decisões tomadas até aqui, sinalizando uma manutenção futura dessa postura.
Qualquer coisa diferente disso será uma completa surpresa.
Infelizmente.
E, daqui a algumas semanas, mais 50 pontos na taxa sacramentando a administração RCN e inaugurando a próxima de Galípolo.