Passada a Boiada, o Caos.

A frase do ex-ministro do Meio Ambiente, Salles, sugerindo, em uma reunião ministerial cuja gravação vazou, que momentos de debates acirrados no Brasil deveriam ser aproveitados para aprovação de leis de liberação de desmatamentos e invasão de terras indígenas ou de diminuição de reservas federais de preservação de matas, ficou famosa na expressão ” passar a boiada”.

E as consequências estamos vendo em formato de cinzas e desespero.

No dia desse comício, que ilustra o Post, onde o ex-presidente anunciava publicamente sua intenção de desmantelar toda a proteção ambiental existente no Brasil, momentos antes afirmou já ter anulado 5.000 decretos ambientais no maior “liberou geral” da nossa história. Talvez o número seja exagerado, mas a decisão de fazê-lo, custasse o que custasse, estava tomada e era exigida nas decisões do executivo e de todo o seu desgoverno.

Também nos estados e municípios, o negacionismo ambiental, associado às oportunidades econômicas de posse de terras e economia burra no trato das lavouras, propiciou um ambiente de desprezo às normas de manejo do solo consagradas, de revezamentos nas queimadas, e na análise técnica antecipada das ações. Entramos no “vale-tudo” da política ambiental, e os resultados estão aí.

Em hipótese nenhuma podemos esquecer dos atuais prefeitos e governadores negacionistas, muitos ainda reeleitos do tempo do fascista, que continuam reproduzindo em seus domínios a omissão criminosa do ex-chefe.

O modelo de destruição, se não for combatido e mudado imediatamente, nos levará a uma situação terrível, e o que vivenciamos hoje é apenas uma amostra.

Ninguém pode dizer que, uma vez arrombada a porteira, não haveríamos de ter consequências, mas elas estão superando, e muito, as piores previsões, e uma resposta precisa ser dada.

A criação da Autoridade Climática, novamente proposta pelo governo, está na mesa da urgência, porque entrega ao executivo instrumentos eficazes para combater o negacionismo de governadores e prefeitos, assumindo a autoridade necessária no enfrentamento das omissões.

Mas ninguém se esqueça que a proposta de criação da Autoridade Climática não é nova, e já foi recusada uma vez no congresso de ruralistas. Ela volta agora em meio às cinzas e ao caos, em urgente e necessária hora, e não deve ser novamente negada ao Brasil o direito de combater crimes ambientais com a força e urgência necessárias.

( Desde anunciou que ia PASSAR A BOIADA, Ricardo Salles editou 721 medidas contra a preservação ambiental, sendo 76 reformas institucionais; 36 medidas de desestatização; 36 revisões de regras; 34 de flexibilização; 22 de desregulação e 20 revogações.

E em 2020 o ex-presidente em discurso na ONU culpou indígenas e caboclos pelas queimadas de então .)

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