Agora, quem levanta a questão dos reajustes do BPC — que é aquela aposentadoria de um salário mínimo destinada a quem nunca conseguiu contribuir para a previdência ao longo da vida — é Simone Tebet, do Ministério do Planejamento.
Quem primeiro abordou o tema foi o próprio Haddad, destacando a falta de critério do desgoverno anterior, que, por interesses eleitorais passageiros, provocou a explosão na concessão do benefício.
Após isso, começaram a revisar os benefícios, resultando em uma economia de bilhões.
Ninguém pode ser contra enquadramentos legais e revisões quando elas são justas, mas é sempre lamentável ver o foco recaindo prioritariamente sobre os mais pobres.
Penso que, se uma revisão é necessária, que seja feita. Mas antes disso, seria justo revisar onde realmente se esvai a maior parte do dinheiro do orçamento, dividindo de maneira mais equitativa a carga dos ajustes e buscando o equilíbrio orçamentário.
Ao refletirmos sobre isso, não podemos esquecer que uma queda de 0,25% na taxa Selic equivale à economia de um ano inteiro com a revisão do BPC. O cuidado e o zelo com as taxas de juros não recebem o mesmo tratamento dispensado a outros itens do orçamento, como as obras do PAC, que são cortadas em nome do cumprimento de metas fiscais, mas que, diante da rolagem da dívida pública, parecem valores irrisórios. A dívida pública, além de injusta, desequilibra a riqueza no Brasil, agraciando especuladores com bilhões, enquanto oferece migalhas aos demais.
Sei que o governo sempre lutou contra as taxas exorbitantes impostas pelo Banco Central e seu atual presidente bolsonarista. Lula, pessoalmente, enfrentou o boicote, e Haddad nunca deixou de cobrar responsabilidade do fascista que preside o banco. Em determinado momento, parecia até que haviam conseguido pressionar o militante, mas ele, em sua reta final, conseguiu se manter firme e agora ameaça uma nova rodada de aumentos na Selic, com a primeira prevista para a próxima semana.
Por menor que seja o aumento anunciado, nos custará, a partir da próxima semana, pelo menos R$ 25 bilhões — ou o equivalente a uma revisão anual do BPC que afeta os mais pobres.
Percebo que o tema do Banco Central e da taxa de juros continuará presente no meu blog, e a mudança na presidência em janeiro não promete trazer um cenário muito diferente do atual. Vamos ver.
Por fim, em relação à questão de aumentar a idade mínima para a concessão do benefício, acredito que seja algo a ser discutido, e não tenho uma resposta pronta. Sabemos que a média de idade da população está aumentando. Minha dúvida é se esse estudo sobre o envelhecimento da população leva em consideração aspectos relacionados à classe social, pois os candidatos a receber o BPC podem não estar incluídos nessa média.
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