
O Banco Central informou na penúltima quinta-feira que daria início, a partir de sexta-feira, e nos dias seguintes, a leilões diários para a rolagem de 15,1 bilhões de dólares em swaps cambiais tradicionais que expiram em 1º de novembro, em um total de 302.008 contratos.
No contrato de swap cambial tradicional, o título paga ao comprador a variação da taxa de câmbio acrescida de juros. Em troca, o BC recebe a variação da taxa Selic. A operação equivale à injeção de dólares no mercado futuro.
José Kupfer, veterano analista da economia brasileira, escreveu em sua coluna – citando o economista e professor Gonzaga Belluzzo – que no comportamento esquizofrênico do câmbio no Brasil: “o rabo abana o cachorro”!
Ele explica.
O mercado futuro de dólar na bolsa brasileira está entre os três maiores do mundo, enquanto o volume de negócios em ações na mesma bolsa não fica nem entre os 20 maiores do mundo.
E, evidentemente, a posição que movimenta esse mercado futuro do dólar, composto por cobras e lagartos – nacionais e estrangeiros – é infinitamente superior ao Bovespa.
Dinheiro futuro, ressalte-se, com as posições de compra e venda liquidadas ao sabor do freguês, motivadas por especulação e nada mais.
Tamanho volume de recursos acaba condicionando a taxa de câmbio, quando o normal, e o que acontece em todo o mundo, seria o contrário: a taxa de hoje condicionar a futura e não a futura condicionar a presente.
O fenômeno provoca uma variação que coloca a moeda brasileira sempre entre as que mais caem no mundo em momentos de stress, e depois é aquela que mais valoriza no instante seguinte.
Desde 2002 o BC não intervinha, deixando o câmbio com o Dólar flutuar livremente e favorecendo a especulação que correu solta, como vimos.
A mudança já espelha a nomeação do futuro presidente do Banco Central?
Tomara que sim.