Primeiras Impressões nas Municipais.

O Brasil possui 5.569 municípios.

Em 2020, foram 58.192 vagas de vereador em disputa.

Este ano, 87 deputados federais e 4 senadores vão disputar as eleições municipais.

162 candidatos usam o nome de Lula, e 75 utilizam o nome de Bolsonaro em suas campanhas.

As eleições municipais contam com 459.038 candidatos, sendo 15.440 para prefeito. Além disso, foram registradas 45.366 candidaturas à reeleição.

Houve uma queda de 20% nas candidaturas que usam o nome de pastor ou fazem menção à religião, e os candidatos declarados das forças de segurança diminuíram 23%. Aqui vale fazermos algumas reflexões.

A queda de ambos os tipos de candidatura, ligados ao fascismo que venceu em 2020, é importante. Embora não indique uma tendência geral ainda, por ser um dado único, mostra um declínio das bases bolsonaristas.

Além dos números, a conduta geral dos postulantes não repete o comportamento abusivo dos candidatos de 2020. Alguns que atualmente tentam a reeleição não estavam, até agora, no padrão de invadir hospitais para denunciar a “farsa” do COVID, como vimos então. A disputa se encaminhava mais para ver quem levaria os votos do centro, com os polos de direita e esquerda mantendo-se em posições mais equilibradas e menos polêmicas.

Até que surgiu o picareta do Marçal em São Paulo, contestando a liderança decadente de Bolsonaro e se posicionando de forma ainda mais agressiva e contundente. Ele parece mais inspirado no padrão Milei, totalmente escrachado e anti-sistema. Seu aparecimento repentino, que conquistou um grande espaço , pode provocar outros pelo Brasil afora a repetirem seu padrão. A candidatura Marçal não deve prosperar, mas seu estilo deve trazer muita baixaria, pois nas disputas por vagas nas câmaras municipais, um número relativamente pequeno faz um vereador.

Eu acho que esse tipo de conduta extremada não vinga no momento atual da política nacional. O exemplo maior, no governo federal e do governo Lula, de equilíbrio e sucesso econômico inclusivo mostra resultados que nem a maior má vontade consegue ignorar. O desvio para pautas morais e de segurança tem seus seguidores fiéis e deve conseguir algum sucesso, que imagino declinante, mais de acordo com seus números históricos de 25%. Os votos de centro não vão para lá desta vez, não integralmente como no passado recente. Por isso, o comportamento comedido dos candidatos até aqui.

A disputa ainda está muito no seu início e teremos altos e baixos em função das disputas mais acirradas e das necessidades relativas, tudo bem. Mas, de maneira geral, podemos esperar um ambiente menos agressivo, sobretudo para quem tenta a reeleição.


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