Eu vivo sempre no mundo da lua.

Tenho essa impressão desde que comecei a ler a imprensa do nosso Brasil e fui salvo por uma promoção da Revista Senhor, quando foi lançada por Mino Carta em 1978. Precisando de circulação inicial, a revista aceitava assinatura de graça. Ali comecei e nunca mais parei, mas sempre selecionando as fontes e tendo Mino e suas futuras publicações como norte.

O jornalista Roberto Marinho ensinou e obrigou sua televisão, jornais, revistas e rádios a seguir o lema “tão importante quanto noticiar é não noticiar”, e os problemas do Brasil iam sendo jogados para baixo dos tapetes enquanto uma visão mentirosa e distorcida ganhava manchetes e destaques.

Sempre foi assim. Nos dias de hoje, a impressão de que mentem e inventam notícias e calúnias absurdas é somente isso mesmo: uma impressão. Evidentemente, a disseminação é extraordinária atualmente, residindo aí o diferencial. Mentiras sempre tivemos, aos montes.

Lembrei-me disso hoje porque a tentativa bisonha de Glenn e da Folha de S.Paulo de atacar a reputação do ministro Moraes, fabricando um escândalo, foi tão falsa e ridícula que caiu no esquecimento em horas. Mas serviu para aquele famoso “apito de cachorro”, que somente alguns ouvidos escutam, promovendo um enxame de cretinos nas redes sociais, também no exterior, em realidades paralelas e falsas conclusões, com objetivos políticos a serem atingidos, sobretudo na véspera de eleições municipais onde a extrema-direita estava encurralada e perdendo força. E nos EUA ocorre a mesma coisa, por razões distintas, como o impacto de um novo oponente contra um decadente Trump.

Pois bem, ontem tanto oposição quanto situação fizeram suas passeatas em Bogotá, com a oposição na expectativa de promover passeatas mundiais. A coisa foi tão fraca por lá que nem o Edmundo, supostamente o líder da oposição e candidato eleito, apareceu. Ficou tudo com a Corina, que faz caras e bocas, mas afundou de vez. O apoio a Maduro nas ruas foi infinitamente superior. E não estou entrando no mérito do resultado eleitoral, mas anotando que o fato está consumado e o que teremos será, no máximo, um Guaidó 2.0. E olhe que, depois da farsa, costuma vir a tragédia.

Mas a divulgação do Estadão, por exemplo, diz exatamente o oposto dos fatos, atribuindo aos números dos protestos da oposição uma quantidade inexistente e completamente inventada.

Vida que segue. Desde minhas leituras da Revista Senhor, anos e anos passados, percebi o quanto essas pessoas vivem enganadas, numa realidade inexistente e incapazes de entender a realidade e os fatos. Percebi que preferem assim, reafirmar seus preconceitos e visão rasa e inculta da realidade, seguramente complexa demais para caber em apenas preto ou branco para explicar qualquer coisa.

Esse cometa não presta.


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