
Apesar do anúncio de 6 gigas de arquivos e da promessa de reportagens seguidas sobre o tema, a verdade é que o escândalo pretendido não aconteceu. Fica sempre a ressalva de que novas reportagens podem trazer algo mais relevante, o que, até aqui, não ocorreu.
As reportagens de Glenn Greenwald e da Folha erram por vários motivos, desde a sua motivação de anistia para os fascistas presos ou a caminho, até a avaliação superficial das leis, especialmente no que diz respeito ao TSE e suas peculiaridades.
Talvez Glenn tenha avaliado mal o material que lhe chegou às mãos, partindo de sua condição de estrangeiro, de um advogado formado em um país diferente do nosso, que nem sequer dispõe de legislação eleitoral. Talvez a arrogância tenha lhe cegado para as nossas circunstâncias, enxergando apenas a si mesmo e sua cultura como a medida de todas as outras. E ainda há sua proximidade, nada disfarçada, com um certo Trumpismo e a pregação de liberdade de expressão sem restrições, livre para o uso irrestrito de mentiras e alucinações criminosas.
O certo é que a empreitada fracassou. A Folha, na sua capa de hoje, ensaia uma retirada do assunto e mostra o outro lado da questão, que até agora não queria mostrar. E ficará isolada se mantiver o mesmo padrão em futuras publicações. Se houver crimes, que apareçam.
O rescaldo é que a demora nas providências quanto aos mandantes e chefes dos ataques fascistas, ainda pendentes, excessivamente demorados e cercados de cautelas exageradas, cobra seu preço. Ficar nessa de condenar apenas os “peixes pequenos” não dá mais, como todos estamos vendo. Ou se parte para a decisão e se encarcera a tropa toda, ou ficamos sujeitos a outras e crescentes tentativas de desestabilização. Não precisamos de nada disso. A hora é agora.
Chega de impunidade para golpistas.