Disputa da Pauta.

O retorno efetivo dos trabalhos no Congresso Nacional acontece nesta terça-feira, após o recesso parlamentar, uma esticadinha e na véspera das eleições municipais.

A proximidade das municipais — prometidas como as mais acirradas e nacionalizadas dos últimos tempos — provoca um comichão nos deputados e senadores. As bases precisam ser formadas, pois delas virão os votos para as reeleições de cada um, e o cenário nacionalizado deixa algumas dúvidas sobre quem será quem, dúvidas ausentes nas últimas eleições, onde os conservadores nadaram praticamente livres.

Minha expectativa é crescente. Cada pesquisa divulgada em várias capitais e importantes cidades pelo Brasil afora parece mostrar um crescimento consistente do campo progressista, seja em alianças ou mesmo em disputas diretas. O resultado é sempre uma incógnita, nada garantido, é claro, mas certamente um crescimento importante no número de bancadas nas câmaras municipais é praticamente certo, e até vitórias para o executivo municipal podem ser esperadas com algum otimismo. Esperemos para ver.

Mas o post é para notar o pulo que o governo e suas lideranças estão tentando dar na pauta das duas casas legislativas. Sabem que, em breve, a necessidade de fazer propaganda e aparecer para públicos distintos e respectivos de partidos e personalidades vai impor seu preço, e voltam aqueles lixos a que estamos nos acostumando a ver, sobre aborto, drogas e segurança pública. Tentando adiantar seu lado nas pautas de seu interesse, sobretudo econômicas e sociais — reforma tributária e programas de apoio e investimento — o governo acelera o que pode nesta volta e deve colher seus resultados.

Depois é aquele “Deus nos acuda” e a baixaria da direita por tudo quanto é lado, sem falar na sucessão das presidências das casas, que ferve por baixo dos panos e deve explodir depois das eleições.

Até porque, de certo modo, o termômetro do resultado das municipais vai influir nas escolhas e nos arranjos das duas sucessões, de Câmara e Senado.


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