Ilustro o post com um gráfico do economista-chefe de bancos mundiais, Robin Brooks, um neoliberal radical que exige o estrangulamento da economia da Rússia um dia sim e no outro dia também. E tem nosso Banco Central em alta conta, pelos motivos totalmente equivocados que expliquei várias vezes por aqui.
Mas uma coisa que Brooks não faz é brigar com os fatos. E, sempre que pode, destaca a força do comércio externo do Brasil e seu crescente desempenho. E ele ainda nem reparou que nos números recentes, duas coisas importantes são relevantes para nós.
A primeira e mais evidente é que aumentamos nossas importações — mesmo assim seguimos com superávits crescentes — porque estamos voltando a consumir no exterior, apesar do câmbio, e comprando bens de capital, que são máquinas, equipamentos e tecnologia que, em um futuro breve, serão usados para promover nosso crescimento interno de maior qualidade.
A segunda coisa que descobrimos, agora a analisar as exportações, é que não estamos vendendo apenas os produtos do “fazendão”, somados a derivados de petróleo — bem-vindos e insubstituíveis — mas também crescemos na venda de produtos manufaturados, que representam indústria e empregos de melhor qualidade e remuneração.
Ainda estamos longe de equilibrar nosso balanço de serviços, turismo e remessa de lucros. Aqui ainda perdemos muito: US$ 50 bilhões vão embora todo ano do Brasil nessa conta corrente com o exterior, compensados pelos US$ 90 bilhões do comércio externo.
Como visto, falta muito para alcançarmos resultados expressivos na corrente de serviços, mas o rumo está mudando e, quem sabe, chegamos lá também?
Bom dia dos pais, onde me incluo.