
Ontem, tanto Kamala quanto Trump realizaram comícios no estilo norte americano, dentro de ginásios ou galpões. Trump confrontado com grandes audiências de Kamala, lotando seus espaços enormes, foi pra um estado Republicano raiz provocando surpresa por decidir pregar para convertidos, mas ficou clara intenção de tentar mostrar uma foto onde pudesse competir em números de público com a democrata. E nem assim conseguiu, seu comício foi desanimado e mesmo recheado de todo tipo de discurso escatológico corriqueiro das suas apresentações, não empolgou e nem criou as marolas costumeiras. Que fazem parte do show fascista – para chocar e atrair atenção – onde quer que estejam, inclusive em outros países, como o nosso. Basta ver como foi o debate entre os candidatos a prefeito de SP.
E nem tudo que Trump falou é pra jogar fora, confesso, quando ele diz que vai mandar no Banco central de lá, o FED, porque o presidente eleito tem o direito de intervir em tudo, inclusive na taxa de juros – palavras dele – eu fico com inveja aqui.
Mas só isso….o resto do discurso é aquela sopa de lixo.
O que destaco, além dos comícios distintos, é também a forma como a cobertura jornalística dos EUA vai mudando o foco. Não somente no aspecto quantitativo, uma vez que Kamala inverteu a liderança para si em todas as pesquisas,além de escolher um vice que somou apoios a sua campanha. Mas também a cobertura da qualidade dos destaques escolhidos nas mídias sobre o que fazem e o que dizem os candidatos.
E me refiro a Trump.
Porque gradativamente seus discursos ganham rótulos de o quanto ridículos eles são, como está perdido nos assustos, como não fala coisa com coisa, como são absurdas as suas teses.
E não foi trump quem mudou, a cobertura embarca no mote da campanha de kamala que definiu por carimbar o adversário e seu vice de ” estranhos, esquisitos” , o que de fato eles sempre foram – até por escolha, diga-se.
E a coisa está pegando e as esquisitices ganhando cada vez mais destaque por aquilo que de fato são : bizarrices ridículas e imprestáveis.
Quando a imprensa sente-se inteiramente livre para assim tratar e mostrar um candidato a presidente nos EUA , que até semana passada liderava todas as pesquisas, não é somente porque a adversária democrata passou na frente ou os veículos entraram na sua campanha pra apoiar. Me parece alguma coisa a mais, o ridículo dos extremistas parece caminhar por um processo de saturação, cansaço, falta de material, e quando as pessoas encontram uma opção de escolha, elas o fazem com gosto.
Não é pouca coisa e o bolsonarismo no Brasil apresenta as mesmas características de fadiga e cansaço, além das incertezas da escolha do substituto.
Sim, eles ainda são muitos e ficarão por aí muitos anos.
Mas não temam a nossa sorte nessa guerra. Eles são muitos, mas não podem voar.
Ao menos, não mais.