
José Kupfer, veterano analista da economia brasileira, escreveu em sua coluna – citando o economista e professor Gonzaga Belluzzo – que no comportamento esquizofrênico do câmbio no Brasil: “o rabo abana o cachorro”!
Ele explica.
O mercado futuro de dólar na bolsa brasileira está entre os três maiores do mundo, enquanto o volume de negócios em ações na mesma bolsa não fica nem entre os 20 maiores do mundo.
E, evidentemente, o dinheiro à vista que movimenta esse mercado futuro do dólar, composto por cobras e lagartos – nacionais e estrangeiros – é infinitamente superior ao Bovespa.
Dinheiro à vista, ressalte-se, com as posições de compra e venda liquidadas no mesmo instante, ao sabor do freguês.
Tamanho volume de recursos acaba condicionando a taxa de câmbio, quando o normal, e o que acontece em todo o mundo, seria o contrário: a taxa de hoje condicionar a futura e não a futura condicionar a presente.
O fenômeno provoca uma variação que coloca a moeda brasileira sempre entre as que mais caem no mundo em momentos de stress, e depois é aquela que mais valoriza no instante seguinte.
E nós, ficamos à mercê dessas flutuações.
Então, aqui temos mais uma tarefa para o futuro Banco Central do Brasil – porque do atual eu já desisti: atuar no sentido de evitar tamanha flutuação no nosso câmbio, que só favorece a especulação sem nenhum outro ganho ou benefício para o país.