Ainda o fiscal.

Depois de um dia de apavoro – com as bolsas do mundo em queda – e recuperação no dia de hoje, os analistas tentam explicar o mal-estar geral nas economias mundiais e parecem convergir para apontar os altos juros como o principal vilão.

E olha que eles não pagam taxas nem metade das nossas.

O consenso atual é que o FED nos EUA demorou muito para começar a diminuir seus juros e contaminou a economia mundial, impondo custos altíssimos que, em algum momento, teriam que ser honrados.

Como quem imprime dólar tem menos problemas do que quem não imprime, os EUA conseguem empurrar suas crises e equívocos para os demais, manipulando suas taxas de juros e atraindo a quantidade de dinheiro que lhes interessa.

Aqui no Brasil, sofremos por antecipação, meses e meses discutindo uma inflação declinante e depois ajustes fiscais, esquecendo que são exatamente os juros altos que nos impelem para os déficits fiscais e dívidas crescentes.

E nem foi o caso, como mostra o gráfico que ilustra o post. Com muito esforço na arrecadação e apostando no crescimento da economia, estamos conseguindo conter e, em alguma medida, diminuir nosso comprometimento de dívidas.

E, como se sabe, reduzindo a carga de impostos para números menores que nas administrações anteriores.

E que nem são novidades, quando tratamos da visão econômica do presidente Lula e seus ministros, que se repetem.

A mágica acontece quando o país cresce acima das expectativas, diminui o desemprego e aumenta a massa salarial com consequente consumo. É até curioso constatar a dificuldade de entenderem o mecanismo relativamente simples no aspecto conceitual, mas extremamente custoso no político porque desconcentra renda, enche aeroportos, universidades e a Disney, e isso é insuportável para uma determinada classe de pessoas.

Mas não importa, o fato é que estamos repetindo um roteiro conhecido, anunciado e programado para acontecer, e acontece.

Falta sairmos da armadilha dos juros altos e acompanharmos a onda de baixa geral dos juros nos países desenvolvidos e melhora dinâmica interna de suas economias. Podemos todos aproveitar um melhor momento a partir daí.


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