
Parece que nenhum resultado eleitoral serve nas Américas; no fim, a contestação de fraude é quem parece sempre triunfar. Mas costuma ter vida curta, apesar do efeito devastador que causa no funcionamento interno de um país e suas instituições.
Se houve fraude na eleição na Venezuela, alguém deve provar. O pleito transcorreu em paz, com centenas de observadores estrangeiros presentes, inclusive nosso Celso Amorim.
Que, por sinal, ainda não se pronunciou e orientou o presidente Lula e o Brasil a aguardarem a divulgação total das atas de comprovação, que estão prometidas para as próximas horas.
A oposição não reconhecer o resultado me parece o padrão internacional nas Américas, inclusive nos EUA de Trump, no Brasil de Bolsonaro, e na Argentina de Milei. E nem escondem; Trump acabou de afirmar em discurso ontem para seus eleitores comparecerem em novembro porque, depois, não vão precisar voltar a votar nos próximos anos. E a mensagem me parece definitiva quanto ao tipo de democracia e eleição que ele e sua turma desejam e planejam. Enquanto isso, não reconhecem o resultado na Venezuela e nem no seu próprio país.
Boric e Paul Lacalle, do Chile e do Uruguai, dizem não acreditar no resultado divulgado na Venezuela. Rússia e China deram seu reconhecimento, Lula e Brasil aguardam.
O que certamente acontecerá é que todos esses que já se pronunciaram de uma forma ou de outra permanecerão em suas posições, não importa que tipo de prova ou liberação de atas revele.
Nós aguardamos a posição do Brasil, mesmo sabendo que o jogo foi jogado e agora seguem todos no mesmo lugar onde estavam. Talvez só fique mesmo o Brasil como fiador honesto do resultado, quando ele acontecer, porque todos os demais queimaram a largada e perderam a credibilidade para julgar.
Na imagem que ilustra o post, um resumo das notícias da manhã, mas o jornal está tão desorientado com o anúncio da vitória de Maduro que trocou a autoria da contestação de Milei da Argentina pelo presidente Gustavo Petro da Colômbia, que não se pronunciou.