
O erro ao renomear parece ter começado com Bebiano, aquele advogado que rompeu com Bolsonaro & Cia, logo no início do desgoverno. Durante uma entrevista, ele chamou os planos da família para uso da Abin de Abin Paralela.
E aqui cabe uma reflexão.
Ao renomear a nossa Agência de Vigilância – porque de inteligência nunca teve nada – acrescentando o “Paralela”, o falecido Bebiano mostrou uma característica comum e necessária do grupo ao qual pertencia: desconhecimento da história.
Quem veio e colocou a coisa no devido lugar foi o senador Renan Calheiros, explicando que não existe nada paralelo, a Abin nunca fez outra coisa na vida além de bisbilhotar adversários políticos dela – Abin – e que nem sempre coincidiu com os objetivos dos diversos governos de ocasião.
Recuando mais alguns anos, voltamos ao SNI, de onde a Abin herdou métodos e a missão.
Não vou me alongar, o histórico fala por si. A imprensa gosta do nome porque sugere a ruptura com a prática anterior idealizada por militares e de péssima memória, e isola os militares da Abin do bolsonarismo, o que é impossível. Um não existe sem o outro, sendo o bolsonarismo a expressão visível e política da prática corriqueira e da mentalidade dos nossos quartéis.
Que, por sinal, quando assumem o poder, afundam em incompetência e corrupção. Como vimos recentemente e novamente.
Então, nada de Abin Paralela, só existe e existiu a Abin. E uma ampla reforma precisa acontecer para seguir existindo. O que não me parece nem viável, e uma nova forma de agência de segurança civil, desmilitarizada, precisa, pode e deve ser criada.
Urgente.