O debate aconteceu em 2022 e Lula ganhou.

Não há bate-boca na praça entre Lula e um quase ex-presidente do Banco Central.

O que temos é a disputa entre o presidente da República, eleito com um projeto que defende os interesses do crescimento econômico sustentável do país, e um bolsonarista assumido, que está boicotando, com a ajuda do mercado e da imprensa oligárquica, a política monetária neste momento específico, quando todas as moedas no mundo perdem valor em relação ao dólar devido à necessidade interna de financiar a dívida dos EUA. E nós perdemos ainda mais valor, exatamente porque não temos quem nos defenda do ataque especulativo contra a nossa moeda. Pior ainda, quem deveria providenciar os meios para amenizar os efeitos ruins da subida momentânea do dólar faz o contrário e estimula a especulação.

Senão, vejamos:

Está tudo no Google, basta uma pesquisa. Em 2019, Paulo Guedes anunciava a política monetária de juros baixos e câmbio alto, para baratear as empresas e a mão de obra , assim aumentando o investimento externo no Brasil, segundo ele. O que não aconteceu porque faltou coragem para investir naquele Brasil de Guedes/Bolsonaro. Mas o BC de então entrou no jogo e os juros foram para 2% até o fim de 2021, e a inflação foi a 10%, sem que o BC esboçasse incômodo. Quem deu o grito foi Paulo Guedes, invertendo a matriz porque a inflação alta ameaçava a reeleição do chefe. E o que fez o BC? Subiu os juros de 2% para mais de 13%, atendendo ao apelo desesperado do chefe.

Atente que a questão não é subir ou descer juros em função disso ou daquilo, mas a resposta coordenada do BC, do Campos Neto, aos ditames do governo Bolsonaro, com quem atuava afinadíssimo. Exatamente o oposto do que faz hoje, inventando mil desculpas e mil motivos para ignorar a necessidade de diminuir juros para uma inflação atual de 4% e segurar a cotação do dólar em pleno ataque especulativo.

Faltam seis meses de agonia. O governo pode aumentar o IOF para encarecer a aposta dos especuladores, mas negou que o faria.

Em resumo, o bolsonarista do Banco Central concorda e aceita trabalhar em conjunto com o programa de governo dos fascistas, mesmo com o programa derrotado, e a atual orientação na direção contrária ele boicota, despreza, critica e trabalha contra.

Tem meses que trato do assunto, cada vez piora a situação e alguma coisa precisa acontecer para amenizar o estrago.


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