30 Anos do Plano Real: Sucesso e Controvérsias na Economia Brasileira

Sem outra realização para mostrar, de um partido moribundo e atualmente apoiando fascistas, mas contando com uma mídia fiel e parceira de todas as aventuras fracassadas, o PSDB comemora os 30 anos do Plano Real, que supostamente acabou com a inflação para sempre no Brasil.

O “para sempre” é evidentemente uma provocação minha, a Argentina aqui ao lado não me deixa mentir.

E nossos vizinhos servem para sabermos exatamente, ou muito proximamente, onde estaríamos se, depois de quebrar o Brasil duas vezes e sobreviver à custa de recessão e empréstimos do FMI, como faz a Argentina atualmente, o Brasil não fosse governado pelo PT e Lula/Dilma e seus vieses nacionalista e desenvolvimentista. Tudo o que o PSDB e seu Plano Real nunca foram e continuam não sendo.

Um aspecto do Plano Real que desaparece das comemorações e que me parece o mais relevante – mais até do que a URV, que nunca entendi para que servia – é a participação decisiva e impositiva do FMI e do Banco Mundial, a meu ver os verdadeiros autores do Plano.

Se não, vejamos.

Toda a América Latina padecia do mesmo mal, inflação alta e gastos públicos sem lastro, de uma época em que fomos todos governados por ditadores incompetentes que endividaram todos os países e, para manter as contas em dia, imprimiam dinheiro sem controle orçamentário correspondente, provocando a inflação. O que o FMI e o Banco Mundial fizeram, a grosso modo, e com todos os países sob sua influência, Brasil incluído, foi acabar com a farra monetária, trazendo critérios e controles na emissão desenfreada de moeda. O verdadeiro Plano deveria chamar Lei de Responsabilidade Fiscal. O custo seria recessão, fome, desemprego e venda de empresas públicas, que substituiriam a falta de recursos para o funcionamento do estado com queda de arrecadação da crise geral que provocavam.

De novo, observe o que acontece na Argentina, ninguém fala na queda da arrecadação, que deve ser dramática, mas falam toda hora de novos empréstimos do FMI, da China, e da necessidade de vender as últimas estatais e recursos minerais que sobraram por lá. É exatamente o que aconteceu aqui, e que estaríamos novamente enfrentando não fosse o Lula e o PT.

Porque dos 30 anos que dizem comemorar, a metade passamos sob administração do PT, fazendo o oposto do que os arautos da mídia sugerem e os políticos do PSDB defendem até hoje. E, sem contar que o primeiro mandato do FHC, em pleno vigor do Plano Real, já deixava a economia quebrada, precisando de empréstimos bilionários do FMI, com a ajuda do governo Clinton de então, para garantir a sobrevida do Plano e a reeleição do FHC. Mas que acabou por comprometer seu segundo mandato e passamos 4 anos de governo com o Brasil se arrastando, com o povo na miséria, na fome e no desemprego. Dessa época conhecemos os homens e mulheres calango, que comiam lagartixa para sobreviver.

Ainda hoje li o ex-ministro Malan dizendo que para completar o Plano Real falta fazer o ajuste fiscal no Brasil. Não, ministro, falta muito mais, falta vender a Petrobras e entregar o pré-sal, vender os bancos públicos e o BNDES, privatizar o BC, gastar as reservas em nada, manter os juros em 20% reais ao ano e desempregar uns milhões para tudo ficar do jeito que vocês pensam. Sem Bolsa Família, sem salário mínimo e sem aposentadoria, que a essa altura nas mãos de gente como você não valeriam mais nada. Sem saúde e sem educação, evidente.

Poderia ficar aqui o dia inteiro comemorando os 30 anos do Plano Real, mas acho que deu pra entender aonde estaríamos nas mãos dessa turma, que soubemos trocar na hora certa e atualmente ninguém quer saber deles.

Olho na Argentina, repito, o Plano Real está lá agora, vivíssimo, acabando com a inflação e com o país.


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