Rescaldo do Copom.

Me perdoem por insistir no assunto, mas tenho ouvido algumas interpretações dessa última reunião do Copom que merecem considerações.

Primeiro e mais importante: o presidente Lula comprou uma briga imensa com o bolsonarista Campos Neto sobre a necessária continuidade da queda das maiores taxas de juros do mundo e perdeu. E perdeu de lavada, com seus quatro diretores nomeados por ele concordando com a decisão de interromper a queda da taxa. Pior, essa parada pode se prolongar até o final do ano. Muito pior, as taxas podem até subir.

Aí entramos no segundo ponto: a capitulação de Galipolo – supostamente o futuro indicado por Lula para substituir Campos Neto no fim do ano na presidência do Banco Central – e dos demais, que recuaram da decisão assumida na reunião anterior quando dividiram o comitê e votaram por uma queda de 0,5 ponto. De fato, a posição foi vencida, a queda foi de apenas 0,25, como queria Campos Neto, e fizeram um carnaval na mídia e no mercado financeiro com a decisão.

Agora, segundo alguns, decidiram acompanhar a decisão de não cortar nada para não dividir o comitê onde não têm maioria para impor e assim evitar desgaste.

Esquecem os que assim pensam no desgaste do presidente que a todos indica e indicará? Que fica isolado na posição de defender a queda das maiores taxas de juros do mundo? Mais, a partir de janeiro, quando o atual comitê sofre duas alterações e dois novos diretores nomeados pelo Lula, supostamente, darão maioria para uma decisão melhor, sem dividir tanto o colegiado. Isso, assim pensado, supõe que os atuais diretores devem ficar fingindo que concordam com as decisões atuais até que assumam e aí possam fazer o que quiserem.

É possível imaginar uma coisa dessas? E isso favorece a posição de alguém, sobretudo uma autoridade monetária, fazendo um jogo político assim rasteiro?

Penso que não.

O episódio foi todo em si um desastre completo, só piora. O governo está desafiado a enfrentar essa questão dos juros altíssimos com seu programa de governo eleito. Galipolo deve colocar a mão na consciência e refletir a quem e o que pretende servir, e de que maneira.

OBS.: A imagem que ilustra o post é do BC, provocando o governo. De fato, as máscaras caíram de um lado, faltam cair do outro.

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