A divulgação da taxa de desemprego de março deixou nossa mídia tradicional em apuros.
Enquanto alguns diziam que o desemprego aumentou, outros afirmavam que diminuiu, divulgando o número de 7,9% para o primeiro trimestre de 2024 que venceu em março, superior aos 7,8% do último trimestre de 2023.
Por que a confusão?
A questão envolve o conceito de sazonalidade, que são características próprias de períodos do calendário onde fatores repetitivos e constantes afetam o índice, no caso o número de contratos temporários, mas que, passado seu período de influência, o estado ou a tendência anterior se impõem.
É o que acontece com o último trimestre de cada ano, inchado com a inclusão de empregos temporários. O trimestre seguinte – janeiro, fevereiro e março – segue na direção contrária e demite os temporários. Evidente que o inchaço anterior afeta o índice, mas quando acaba o ano, as demissões do ano novo normalizam os números e a tendência anterior segue. Evidente que a comparação entre esses trimestres, especificamente, merece cuidados para que se possa conhecer a tendência.
É o que chamamos de sazonalidade, que descontando a contratação temporária acha o número verdadeiro do primeiro trimestre de 2024, e esse número foi muito bom, chegando a 7,2%.
Por isso o governo comemora, é um número que nos traz de volta a 2024 – sempre ele – e faz a mídia evitar explicar para confundir, como é do seu feitio.
Resumindo: a taxa bruta de desemprego do primeiro trimestre de 2024 foi de 7,9%, enquanto a taxa desazonalizada foi de 7,2%.