
O noticiário econômico entrou em transe com a correta decisão de rever a meta fiscal para os próximos anos, que por sinal manteve uma trajetória equilibrada, como tem sido sempre nos governos do Lula, do PT e do Haddad.
O gozo por críticas sempre acima do tom e tendenciosas, negativamente, sempre, não faz nenhuma diferença quanto ao conteúdo da medida: tirar a faca do pescoço.
A realidade de guerras e conflitos, ainda no rescaldo da crise da Covid que desorganizou o comércio mundial e encareceu produtos, além do choque mundial de juros para refinanciar os gastos extraordinários da pandemia, estão todos alinhando e os percalços são conhecidos. Não os detalhes de cada um, a guerra, por exemplo, não está no cálculo de ninguém e acrescenta cenários ruins e imprevisíveis.
Mas é a vida.
O que compete ao governo que governa é se ajustar, adaptar e reprogramar seu orçamento, de onde afinal tudo vai desembocar no fim de tudo.
A economia continua com bom andamento, inflação controlada e PIB em modesto crescimento. O alvo do governo ao propor a nova meta fiscal é, sem dúvida, por atraso da entrada do investimento privado na equação geral do crescimento. Os juros mais altos do mundo continuam fazendo estrago, adiando o investimento que sempre tem uma parte de risco que aplicar tesouro e recolher o rendimento é insuperável em segurança para o capitalista. Mas como o horizonte seria de decréscimos sucessivos da taxa, os projetos deveriam sair da gaveta, o que as seguidas declarações do presidente do BC e sua morosidade criminosa no trato da coisa pública adiam e postergam em cada palavra que sai de sua boca.
A solução então é dar uma empurrada para os dois últimos anos, aí sem a presença desse agente do caos e da crise, o bolsonarista que adia o nosso progresso. Com a nova decisão de adiar o superávit das contas para 2027, o governo liberou R$ 196 bilhões do orçamento para seu uso, garantindo o reajuste do salário mínimo e mantendo seus investimentos.
Desde o início do arranjo no novo arcabouço, a dependência do acerto das contas estava na arrecadação e não no corte do investimento. O que para os agentes do mercado e ideólogos antipopulares é inadmissível. Tanto faz, perderam, e o governo, como ainda não conseguiu domar o dragão dos juros exorbitantes do BC, que é o último agente infiltrado ainda capaz de fazer estragos, adiou o ajuste para abrir espaço para o crescimento fazer a sua parte no ajuste das contas públicas, sem, importante saber, comprometer o crescimento do país, que é de onde virão os recursos para mais investimentos e o aguardado ajuste fiscal das hienas.