Estratégia velha e alcance impensável.

A estratégia de estressar a opinião pública com escândalos sobre problemas que ela nem sabe que tem, para ocultar os verdadeiros que não quer enfrentar – ou prefere ocultar – é uma velha tática de propaganda política.

Sua eficácia independe da realidade objetiva na maioria das vezes, uma vez que apela aos instintos e não à razão.

Assim tem sido desde sempre, mas a atual quadra exponenciou de forma impensável e inédita o alcance da estratégia, plantando e colhendo resultados tão grandes quanto rápidos.

O enxame de mentiras e absurdos é produzido em escala industrial, vale tudo, como sempre valeu. Observe, a novidade é a constante renovação de ataques que, de uma hora para outra, produzem estragos disseminados. E partem para outros igualmente deletérios no segundo seguinte, acumulando mal estar constante. Independente de estarem no poder ou não, o importante é manter a sociedade em constante tensão.

O fundamento psicológico na estratégia e o quanto ela é conhecida podem ser esclarecidos com uma pequena pesquisa na psicologia das massas. O que os manuais estão aprendendo nos dias atuais é sobre a capacidade de alcançar indistintamente e manter toda a pauta diária em discussões e debates inúteis.

Em todo o mundo, a discussão sobre como lidar com o problema está aberta. Por aqui, além de estarmos enfrentando o mesmo desafio global, temos acrescidos os jabutis que a velha mídia tenta impor na discussão. Além da remuneração por conteúdo, que é um tema sério da questão e merece resposta, incluem a responsabilização das plataformas sobre o conteúdo, que também é uma questão desde que discutida à parte, sem misturar tudo num único e suspeito pacotão.

Por aí se tentou o apoio da velha mídia ao PL da fake news, como se elas não quisessem de alguma forma manietar a concorrência ou deixar de faturar no conteúdo próprio compartilhado. Para além disso, tentam sufocar com o temor das plataformas em enfrentar a corresponsabilidade do conteúdo produzido pelas mídias alternativas, que seriam sumariamente descartadas.

Os ataques da velha mídia a Moska, não se iluda, apoiam o tal controle das fake news. Vem daí uma oportunidade de reiniciar a discussão perdida do PL 2630 – o PL das fake news – que foi deixada de lado no congresso por causa do enrolo que o relator Orlando Silva tentou contornar, incluindo alhos e bugalhos no projeto de lei. Isso provocou sua rejeição. O presidente da Câmara, Artur Lira, viu uma oportunidade e reabriu a discussão, assumindo para si a tarefa de refazer o projeto. O que vem dificilmente é coisa boa, e pode ser o canto do cisne do Lira, com poucos meses de legislativo à frente, com a eleição municipal no calcanhar.


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