
“Garantir a estabilidade do poder de compra da moeda, zelar por um sistema financeiro sólido, eficiente e competitivo, e fomentar o bem-estar econômico da sociedade. “
(Missão do Banco Central)
O problema é que a atual presidência esqueceu da missão e fala de tudo, menos do seu quadrado.
Múltiplos foram os alvos nos últimos meses, ajustados conforme o objetivo de controle da inflação se aproximava da meta, e a cada ajuste o banco incluía novos objetivos e debates estranhos, sempre na desculpa para manter os mais altos juros do mundo.
E crescentes! Os juros reais no Brasil estão subindo em 2024, a queda da taxa Selic está inferior à queda da inflação no ano, por mais incrível que pareça.
Já se falou de desafios externos, pressões de serviços, desemprego e commodities, os desafios fiscais, a reforma tributária e o ciclo lunar. Tudo bem, se é assim que o Banco Central vai atuar daqui para frente, o que ele tem a dizer sobre como aumentar o crescimento do PIB e diminuir o desemprego? Como estimular o investimento produtivo e privado no Brasil? Como fazer os bancos baixarem os juros de agiota praticados no Brasil?
Para as questões relevantes não tem e não quer ter respostas. Fica só empurrando com a barriga justificativas cretinas enquanto exige fiscal equilibrado, mas o que desequilibra é exatamente o pagamento do serviço dessa taxa de juros criminosa.
Se observarmos os lucros das empresas que se dizem imprensa no Brasil – rádio, televisão, jornais e revistas – constatamos que o lucro vem apenas da tesouraria, ou seja, na aplicação de dinheiro. A atividade dessas empresas é deficitária. Desconfio que o mesmo se pode dizer dos bancos no Brasil, particulares e públicos, pois sem o rendimento das aplicações no tesouro direto essa turma de delinquentes não consegue resultado lucrativo algum.
E, ainda por cima, estamos na batalha por superávit fiscal primário, enquanto o superávit total sofre horrores pagando 500 bilhões este ano de serviço da dívida pública. No passado pagou 800 bilhões. Essa derrama parece não incomodar ninguém, porque vai para o bolso do 1% e dos bancos. Mas é nosso flanco mais frágil no atual momento econômico e pode servir mais à frente de desculpas para tentarem frear o investimento público, que é uma fração desse volume indecente de dinheiro jogado fora. O culpado por essa vergonha é a taxa Selic mais alta do mundo.
Até quando?
Uma resposta para “Qual é mesmo a missão do Banco Central?”
Está claro como o dia sua análise! Obrigada por tamanha transparência descritiva.
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