
Quem te afasta da terra dos seus ancestrais, divide a família na necessidade da imigração, mata covardemente gente inocente e indefesa.
No livro, isso é personificado em um nome: Satan.
Que virou um anjo caído, misturando as tramas no estilo de pincelar passagens distintas de livros distintos para forçar uma ideia que acaba virando dogma.
Mas Satan é uma atitude, de separação e confronto, de guerra, aquilo que provoca a dor e poderia ser evitado.
Pode ser qualquer um de nós, uma cultura, um país, uma decisão em algum momento que cumpre o papel de destruir pessoas e famílias, culturas, raças ou lugares.
Satan é o nome do provocador, do saqueador, do ladrão que rouba coisas e esperanças.
Não tem um rosto, mas a presença em todas as maldades.
Não tem vontade, mas é a sombra da vaidade, do consumismo, do engano, dos assassinos, traficantes e torturadores.
Não existe por si, somente na atitude de negar, surrupiar, esconder o outro, esquecê-lo, ignorar ou desprezar.
Por isso está em todos os lugares e em lugar nenhum, por isso está em todos nós que lutamos contra esse mal-estar interior, que precisamos superar correndo na direção contrária de tudo isso que ele representa.
Pode ser um país, de onde ele veio não foi assim entendido, seria somente o contrário do deus que faria somente o bem, servindo para justificar a presença do mal.
Evoluiu, virou país, virou cultura, ameaça e desculpas. Se não tinha asas, agora tem. E muitos, muitos seguidores. Que seguem seu próprio espelho, e quando apontam suas armas que dizem obter de Deus para fazer o trabalho do diabo.
Diabolum, o outro nome de Satan que também quer dizer sinal, sinal de separação, de distância, de isolamento e solidão.
Se exorcismo resolvesse, estava até bom. Mas não resolve, essa raça de demônios só muito jejum e oração. Ora e ação. Falar e agir. Eis a questão.