
Faltam poucos meses para a eleição nos EUA, mais uma vez Biden e Trump estão disputando a vaga, definidos ambos nas primárias de seus respectivos partidos.
A guerra na Ucrânia e o genocídio praticado por Israel em Gaza, ambos conflitos estimulados e mantidos por bilhões dos EUA, pareciam que naufragariam a reeleição de Biden, mas não caminha assim.
As últimas pesquisas, que seguidamente nos últimos meses mantinham Trump ligeiramente na dianteira, estão mudando, com os candidatos invertendo os papéis com Biden ligeiramente à frente.
O fiasco na Ucrânia e os horrores em Gaza continuam fazendo estragos, mas a posição dúbia de Trump não está ajudando o eleitor que condena as guerras a decidir a seu favor. Que foi, a meu ver, o motivo principal da vitória de Trump no passado: o cansaço dos EUA com as guerras.
Biden tenta disfarçar seu apoio a Israel com condenações recentes dos crimes, abriu um porto para chegada de algum auxílio para famintos e doentes, mas Israel não muda seus planos e segue na matança, contando com reação contida e tímida dos EUA, quando não de apoio total nos fóruns internacionais e sobretudo no Conselho de Segurança da ONU.
Quanto à Ucrânia, os limites de gastos extrapolam e exigências do Congresso de contenção não permitem mais extravagâncias e o governo Biden vai se esquivando do conflito enquanto usa Israel de biombo. Usava, porque também lá a coisa está tão ruim que o melhor é manter distância, ao menos na aparência.
Bem, se ambos os casos mostram derrotas da atual política de Biden, por que reelegê-lo? Essa é a pergunta que os eleitores dos EUA estão fazendo, e até agora a resposta era não. O que mudou? Mudou a proximidade da data da decisão, quando terão que escolher entre Biden e…. Trump.
O problema então passa a ser não mais Biden, mas escolher Trump. E aí, parece que o eleitor está começando a inclinar-se pela reeleição.
Nas democracias modernas, cada vez mais, a escolha do líder se faz pela menor desaprovação, a massa crítica do eleitor pende mais para o ‘não quero’, do que ‘eu quero’. E parece que nesse ponto Biden leva vantagem.
Sim, ainda é cedo para certezas.