
Voltando ao vídeo vazado da reunião dos golpistas, em julho de 2022, com o ex-presidente e todo o seu primeiro escalão.
Porque ali tinha o ex-presidente, os militares, os seus ministros, mas também Paulo Guedes. O Campos Neto, que estava de férias nessa ocasião (e nas tantas outras não agravadas?), estava a CGU, a AGU, embaixadores que agora continuam no Itamaraty, um deles no Japão e outro na Holanda. Tinha assessor, tinha chefe de gabinete, tinha ajudante de ordens.
Ou seja, não é para deixar passar, mas também não dá para botar tudo na conta dos generais. Porque se ali tramavam escondido, quantos 7 de setembro, quantos cercadinhos, quantos discursos nos plenários da Câmara e do Senado, quantas reuniões de comissões, quantas rachadinhas passaram diante de nós, abertamente e publicamente, naqueles anos todos?
Não penso em caçar as bruxas, cada um vai ter a sua parte avaliada individualmente, assim deve ser na esfera judicial. Só lembro de alguns que não podem ficar esquecidos.
Os militares, talvez, fiquem como em 64, com a conta pendurada nas costas, e os políticos civis mudam de lado e partem para outra. Ou não?
As investigações saíram dos bobocas invasores e chegaram no grupo dirigente, que certamente agia em conformidade com interesses econômicos ainda ocultos e políticos que faltam aparecer nas investigações. O fato gerador da ação judicial é o 08/01, falta apurar os antecedentes, muita gente está escondida nos preliminares, no fomento e provocações, sobretudo os políticos que não deram as caras no dia, assim como os empresários.
O grupo investigado ainda conta com grande apoio nas pesquisas, o bolsonarismo está longe de dissipar como imaginado. Mas seu braço político pragmático dá mostras de afastamento, sobretudo os governadores e prefeitos eleitos no bojo do fascita. Acho que por aí a coisa vai dissipando, mais lento que o desejado, mas inexorável. Talvez tentem alguma sobrevida, a prisão do Bolsonaro deve causar alguma comoção, imprevisível. Mas, mais um “mas”, a tendência é mesmo confirmar a sua prisão e esquecimento, ao menos nos níveis atuais.
Se terão forças para alguma aventura a mais, acho improvável. Falta-lhes uma bandeira mobilizadora, além das pautas morais e religiosas que os candidatos deles às prefeituras Brasil afora parecem decididos a brandir. Serve para uma eleição municipal, muito pouco para uma mobilização nacional de tão vazia e abstrata, invocando uma ameaça inexistente.
O segundo ano do governo começa, com a tendência de buscar pacificar. Basta os sobressaltos das investigações do 08/01 e suas consequências. O governo pretende colher um pouco o que plantou, e não esconde a intenção. E seguir plantando enquanto colhe.
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