Basta uma olhada no gráfico acima, que ilustra o post, para entender do que estamos tratando quando denunciamos golpes e a vitória de candidatos sem nenhum compromisso com o nosso desenvolvimento.
O nosso Brasil é o campeão mundial de concentração de renda, superando até mesmo a Índia, um país imenso onde existem castas religiosas e étnicas. Mesmo assim, o Brasil não consegue superar talvez porque, no fundo, a nossa divisão em castas seja ainda mais profunda e injusta.
Alguns anos de políticas compensatórias, sem violência ou revolução, mudam a trajetória da distribuição de renda. Longe de resolver o nosso conflito distributivo de riquezas, arranham a injustiça, mas são suficientes para que as mudanças fiquem visíveis e palpáveis, algumas perenes. No entanto, acabam por atrair ódio e ressentimentos terríveis, desaguando em golpes contra os governos progressistas até a tomada de poder.
O nosso constrangimento é vergonhoso, nossas limitações são derrotas, e nossas vitórias são minúsculas. E, mesmo assim, inaceitável para os privilegiados que nada temem em afrontar e empobrecer o nosso povo.
A arrecadação da taxação dos fundos exclusivos dos super-ricos brasileiros, aplicados no exterior, que agora estão sendo taxados em seus ganhos pela primeira vez na história, tem surpreendido o governo. A arrecadação está muito superior ao estimado, o que mostra que ninguém tem a menor ideia de quanto dinheiro os bilionários do Brasil têm aplicado por aí.
Foi um começo. E estamos novamente subindo a ladeira da distribuição de renda.
Que permaneça assim.