
Uma sequência em pleno desenvolvimento entre as decisões do executivo sobre cortes no Orçamento, envolvendo o Congresso Nacional e a Fazenda, tem sido acompanhada desde a virada do ano, se não desde antes, logo após a promulgação do Orçamento de 2024. A aprovação da lei de desoneração no Congresso, revivendo uma decisão que remonta à época de Dilma, o veto pelo Presidente Lula e a derrubada do veto pelos congressistas.
Estamos atualizados até ontem, mas as coisas se intensificaram com o veto de Lula nas emendas consideradas sagradas pelos deputados. Ontem, houve uma posição firme em não aceitar a desoneração, pelo menos sem contrapartidas, e mais uma decisão no envio de um projeto para recompor o vale gás que foi cortado na proposta orçamentária aprovada.
Reuniões entre Arthur Lira e Haddad, com um pacto de silêncio, estão acontecendo na tentativa de conciliar os interesses. Se o governo realmente se esforça para atender às demandas dos congressistas, também é verdade que a paciência para lidar com esse tipo de imposição está diminuindo cada vez mais rapidamente.
No que resultará isso?
Talvez seja empurrado com a barriga até a troca dos comandos nas duas casas legislativas, no fim do ano, sem muita agitação e sem mais concessões. Talvez um estresse já esteja previsto nessas últimas decisões. Nos próximos dias, vamos saber.
Em fevereiro, os recessos acabam, e a situação pode voltar fervendo ou mais pacífica. O banho-maria que estavam mantendo pode não prevalecer mais. Tudo pode acontecer, mas não aposto que as coisas permanecerão como estão.
A impressão que fica é que o governo vai naturalizando sua prerrogativa de conduzir o orçamento, e a reação furiosa do congresso vai ficando cada vez menor.